Por Felipe Rosa Mendes
Gustavo Kuerten engrossou o coro dos que querem mudanças na Copa Davis. Em meio às discussões sobre o futuro da tradicional competição, que deve sofrer alterações nos próximos anos, o ex-tenista acredita que novidades são necessárias e uma boa referência é a Copa do Mundo de futebol.
“Acho que a Copa Davis precisa mudar. Ela vem desfalecendo, perdendo seu sabor e prestígio ao longo dos anos. É difícil saber como lidar porque o grande ponto é o calendário do tenista, que é desumano. Precisa mudar a Davis, os cinco sets, as cinco horas dentro da quadra. Tem ajustes a ser feito”, afirmou o tricampeão de Roland Garros, nesta sexta-feira.
Para o ex-líder do ranking, a competição deve procurar um novo formato para seguir relevante no circuito. “Se continuar assim, a Davis mais cedo ou mais tarde vai cair aos pedaços. Os jogadores já têm pouco interesse em participar porque são muitas semanas de jogos. Requer novo formato”, declarou, ao apontar a Copa do Mundo como possível exemplo.
“Eu faria mudanças com maior intervalo de tempo, de dois em dois anos, de uma maneira direta num local ou espalhado. Como produto, a gente olha uma Copa do Mundo e vê algo fantástico, talvez o maior evento da atualidade. Também me faz entender que esse caminho pode ser o mais prolífero e vantajoso. É a forma de reerguer a Davis”, opinou.
Em fevereiro, a Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) surpreendeu o mundo do tênis ao propor que a próxima edição da Davis terá o Grupo Mundial disputado somente em uma semana do ano, em novembro. A competição reuniria 18 países numa sede única, que variaria a cada ano, com disputa de fases de grupos e mata-mata.
Os confrontos seriam em melhor de três sets – atualmente é melhor de cinco – e os playoffs e os Zonais continentais manteriam o formato atual. A proposta da ITF ainda precisa ser aprovada pela sua Assembleia Geral Anual, em agosto.
Guga, contudo, admite que seria difícil competir na Davis longe do Brasil. “Difícil imaginar a Davis sem jogos no Brasil. Algumas das minhas melhores lembranças no tênis aconteceram em quadras da Davis, aqui no Brasil”, afirmou o catarinense, aposentado em 2008.
Mesmo assim, o ex-atleta reforçou a necessidade de alterações. “Como toda mudança, precisamos nos adaptar a esse raciocínio. Mas na hora de mudar dá receio”, reconheceu.