Sérgio Roxo da Fonseca *
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Taís Costa Roxo da Fonseca **
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Os judeus, escravos no Egito, orientados por Deus, que dirigia Moises, atravessaram a planície arábica em busca da Terra Prometida, como narra o texto bíblico.
Num determinado momento faltou água quando então a Divindade orientou Moises que extraísse o líquido de determinada pedra. Moisés, duvidando da ordem, deu uma pancada na pedra com o seu bastão que se abriu numa fonte, salvando o seu povo.
Deus nunca perdoou Moises por ter duvidado de sua palavra. No final da caminhada (Deuteronômio), Deus mostrou a Terra Prometida para Moises, dizendo-lhe que não lhe dava o direito de pisar naquele chão por ter duvidado de sua palavra no episódio da pedra de Mérida. Moises, o mais importante poeta bíblico, assim morreu e até hoje não se sabe onde se encontra a sua sepultura.
A morte de Moises teria ocorrido no alto do Monte Nebo de onde se vê, sem dificuldade, a Terra Prometida onde até hoje está a cidade de Jericó ao lado do Rio Jordão. O Monte Nebo encontra-se em território da Jordânia.
Nos nossos dias, o PapaBento XVI visitou o Monte Nebo ali deixando, como documento de sua visão, um poste onde se lê a frase latina: “Unus Deum, Pater omnium, super omnes”, que se traduz como: “Um só Deus, Pai de todos, acima de todos”.
A leitura mais preparada informa que a frase se destina especialmente aos membros das religiões monoteístas que adoram o mesmo Deus: os católicos, os protestantes, os judeus e os muçulmanos. Outros afirmam que a expressão da frase atinge todos os homens membros ou não das mais variadas religiões.
O vocábulo latino “omnes” significa “todo”. O seu ablativo plural “omnibus” gerou a palavra “ônibus” que como se sabe, significa, para nós: “para todos”.
Ainda segundo a Bíblia, a chegada dos judeus na Terra Prometida gerou históricos conflitos, tanto que, por exemplo, em Jericó quando foram mortos todos os seres vivos, até os cabritos, menos as mulheres da vida, ainda segundo o texto bíblico.
Mas, sendo verdade que as sociedades humanas acreditam no mesmo Deus, pai de todos, que, como irmãos, pertencem a uma mesma família.
Como então entender a matança dos judeus cometida pelos nazistas alemães, do que resultou numa das mais incompreensíveis de todas as guerras, ou seja, a II Guerra Mundial.
Por essas e outras razões, inúmeros judeus, após a derrota dos nazistas, em 1945, voltaram para a Terra Prometida, até então ocupada pelos muçulmanos.
Admitindo a proposta do Papa Bento XVI, gravada no Monte Nebo, como regra de fundamental convivência, os judeus e os árabes adoram o mesmo Deus, são, portanto, irmãos, resultando daí que a sua convivência e a sua cultura refletem as mesmas razões de ser, de existir e de amar a sua vida e a do próximo.
* Advogado, professor doutor, procurador de Justiça aposentado e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras
** Advogada