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Guerra em Israel já provoca impactos na economia regional

  A guerra no Oriente Médio provocou aumento mundial do petróleo e os impactos já chegam ao transporte de cargas no Brasil; economista dá dicas para economizar  (Alfredo Risk)

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

Outubro foi marcado por incerteza no preço do Diesel, principal combustível responsável pela movimentação de mercadorias no Brasil. Mudanças na cobrança do PIS/Cofins sobre o produto, conforme previa uma Medida Provisória (MP) editada pelo governo Lula nesse ano, pretendia recompor a tarifa que representa cerca de R$ 0,35/litro que foi zerada no governo de Jair Bolsonaro em razão da pandemia.

Sem definição no Congresso Nacional, que deixou vencer o prazo de votação da MP, o combustível seguirá sem aumento de impostos pelo menos até 31 de dezembro, mas poderá ter o aumento já nos primeiros dias de 2024. No caso do biodiesel o aumento é R$ 0,14/litro.

Fernando Roca: grande parte da cadeia de distribuição de combustíveis, no Brasil, é movida a diesel, portanto, se o diesel aumenta o custo de logística também sobe. (Alfredo Risk)

Não bastasse essa preocupação para quem trabalha com transporte, o conflito no Oriente Médio já provoca impacto imediato nos postos. Segundo Fernando Roca, presidente do Núcleo Postos Ribeirão Preto, associação independente que reúne 85 revendedores da cidade e região, cada hora é uma novidade e isso acaba gerando confusão, principalmente para o consumidor. “Mesmo assim estamos atentos às mudanças, fazemos o entendimento delas e as praticamos conforme estas chegam por meio das distribuidoras. Nossos postos associados estão sempre orientados a avaliar qualquer tipo de variação de preços conforme os valores que vierem na nota fiscal das distribuidoras”, esclarece.

Outro importante ponto de atenção é a recente disparada do preço do petróleo no mercado internacional. “Desde o último dia 21 o preço do diesel, no Brasil, teve variação por causa do preço internacional do petróleo que disparou e está vindo de fora uma enorme pressão para novos reajustes de preços da gasolina e do diesel, aqui no mercado interno”, comenta.

Quem abasteceu já na semana do dia 23 de outubro sentiu o impacto de 6,57%, no preço do litro do diesel A. A gasolina A deveria ter tido redução de 4,9%, no preço, mas na prática houve pouca variação nas bombas. No diesel a porcentagem representou aumento de R$ 0,22/litro no diesel. Esses valores já contemplam a proporção de 12% de biodiesel no diesel e de 27% de etanol na gasolina.

Ainda segundo Roca, esse aumento já era esperado. “Nas últimas semanas houve uma disparada no preço do petróleo no mercado internacional, agravada pela escalada da guerra no Oriente Médio, principal região produtora de petróleo no mundo. A pressão veio grande e o reajuste foi inevitável. Mesmo que a Petrobras tenha ‘descolado’ a política de formação dos preços internos, do mercado externo, não há como evitar o impacto que vem de fora”, analisa.

Aumento e redução ao mesmo tempo?
Para explicar o aumento no diesel e redução da gasolina, ao mesmo tempo (ambos combustíveis derivados do Petróleo), Roca aposta que, no caso da gasolina, provavelmente a Petrobras está ‘bancando’ a diferença entre o preço que está e o que deveria estar. “Os recursos para pagar essa conta têm de vir de algum lugar e, tudo indica, podem estar vindo dos cofres da própria estatal. Não há como o diesel subir e a gasolina não o acompanhar, uma vez que ambos têm a mesma matriz de produção. A não ser que haja algum mecanismo ‘artificial’ para controlar essa variação. Seria importante a Petrobras explicar isso de forma clara”, afirma.

Roca finaliza destacando outros dois pontos importantes. “Grande parte da cadeia de distribuição de combustíveis, no Brasil, é movida a diesel, portanto, se o diesel aumenta o custo de logística também sobe. Isso, com certeza, influencia no preço final ao consumidor, em todos os combustíveis, incluindo o etanol que também deve sofrer um impacto. Além disso, infelizmente, já constatamos que algumas distribuidoras da região já aumentaram o preço do diesel antecipadamente, mas não reduziram o preço da gasolina. Algumas distribuidoras ainda alegam não terem logística nesta data para suprir o mercado local. Lamentavelmente esta situação se repete e os postos revendedores não têm ação para evitar estas práticas por parte de algumas distribuidoras”, completa.

 

 

 

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