O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira que o ministro da Economia, Paulo Guedes, achou que não teria apoio do plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, por isso, desistiu de participar da reunião do colegiado onde seria apresentada aos deputados a reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro e a proposta de reestruturação da carreira dos militares. Guedes ligou para Maia antes de o ministro decidir não ir à CCJ.
“Ele (Guedes) achou que não teria apoio do plenário da CCJ e preferiu não vir. Eu disse a ele: “ministro, o senhor já deu demonstração que respeita o Parlamento brasileiro, se a sua decisão for essa, eu pessoalmente e como presidente da Câmara, vou respeitar e conversar com líderes partidários para que a gente encontre uma outra data,” contou Maia.
O presidente da Câmara disse Guedes tem apoio do Congresso, mas é diferente do apoio dos partidos ao debate na CCJ.
“O ministro Guedes tem toda a confiança do Parlamento, todo o apoio dos partidos que têm dialogado e participado de reuniões com ele. Agora, isso é uma coisa. Outra coisa é o apoio dos partidos ao debate na CCJ,” disse Maia.
A justificativa de Guedes para faltar à reunião, esperada pelos deputados, é que ainda não há relator para a proposta na CCJ. A avaliação de auxiliares de Guedes também é de que o ministro ficaria “exposto” na reunião. Diante da base frágil do governo, o ministro seria sabatinado majoritariamente por integrantes da oposição.
Maia defendeu que o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), indique logo o relator da reforma na comissão.