Por Cleide Silva
Diante das dificuldades econômicas, da desigualdade social, da destruição do ambiente, da pandemia e da crise política, a Fundação Dom Cabral (FDC) lançou a iniciativa “Imagine Brasil” para estimular a formulação de planos e propostas para o Brasil. “Queremos ser um dos protagonistas de mudanças para um desenvolvimento mais sustentável e inclusivo do País por meio de um projeto integrado”, afirma Aldemir Drummond, professor na área de estratégia e coordenador do projeto.
Como é a atuação do “Imagine Brasil”?
Primeiro, buscamos uma referência conceitual e decidimos trabalhar com aspirações e performance, conceito desenvolvido nos anos 1950 por Herbert Simon, Prêmio Nobel de Economia. Estamos reunindo grupos de 12 ou 13 pessoas de diferentes segmentos da sociedade para discutir uma única questão: Qual sua aspiração para o Brasil até 2030? Os desejos e sonhos desse grupo vão puxar as propostas de performance, outro grupo formado por professores da FDC e alguns dos participantes das equipes de aspirações que vão trabalhar paralelamente para encontrar eixos de convergências e o que é preciso para implantar as propostas.
Quem participa?
Convidamos pessoas que sejam representativas do segmento em que atuam, com bom trânsito e que tenham posições diversas. Temos, por exemplo, ex-ministros, empresários, presidentes de ONGs, lideranças comunitárias e militares.
Quais os segmentos escolhidos?
Já tivemos encontros com educadores, pessoal da área de defesa e segurança, ambientalistas e líderes sociais. Outros grupos serão os de empresários, economistas, antropólogos/historiadores, cientistas, influenciadores digitais, juristas, ex-embaixadores e esportistas. Há encontros a cada 10 dias ou semanais e esperamos concluir os encontros até o fim do ano. No grupo de performance, elegemos quatro eixos para trabalhar, que são o crescimento econômico, com foco em produtividade; inclusão social e econômica, com foco inicial em inclusão digital; meio ambiente e prosperidade, com foco ainda a ser definido; e política pública e governança colaborativa. Esse último item é porque boa parte das mudanças implica adequação ou criação de novas políticas públicas, mas sabemos que só o Estado não será suficiente.
O que se espera dessas discussões?
A ideia é a construção de propostas de melhorias nesses quatro eixos. Queremos envolver os agentes responsáveis por suas implementações, sejam públicos, privados ou do terceiro setor. A maioria das iniciativas no Brasil, várias delas muitos interessantes, acaba num documento que normalmente é entregue ao governo, a instituições e candidatos políticos, e fica parada. Nossa intenção é mobilizar a sociedade para implementar essas propostas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.