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Groove pesado do Red Hot Chilli Peppers encerra o Rock in Rio

Por João Paulo Carvalho

Nenhuma outra banda poderia dar números finais à sétima edição brasileira do Rock in Rio de forma tão brilhante quanto o Red Hot Chilli Peppers. O show dos norte-americanos incendiou a Cidade do Rock na madrugada desta segunda-feira, 25, que, mais uma vez, teve lotação máxima.

“Can’t Stop” deu início aos trabalhos. Na sequência, ainda veio “Snow”. A dobradinha mostrou o ímpeto dos quarentões Anthony Kiedis, Flea, Chad Smith e Josh Klinghofer. Está foi a terceira apresentação da banda em um Rock in Rio. Além de 2017, eles também se apresentaram por aqui em 2001 e 2011.

O som do Red Hot simboliza o que de melhor passou pelos palcos nesta edição do festival. Kiedis mostrou que ainda segura muito bem a onda ao vivo. Com seu tradicional boné preto, ensaiou algumas piruetas desconcertantes pelo ar sem a maior preocupação Flea, ensandecido como de costume, lançou linhas de baixo enfurecidas. Chad, na cozinha da banda, disparou batidas frenéticas e mordazes. O groove do Red Hot é único. Tal característica tão peculiar os torna imbatíveis até mesmo na versão de “I Wanna Be Your Dog”, clássico dos The Stooges.

Quando Flea e Josh fizeram um dueto contemplativo de baixo e bateria, antes de “Californication”, muitos questionaram o que poderia, de fato, sair dali. Josh não é nenhum John Frusciante, mas tem, sim, suas qualidades. O atual guitarrista deixa o som do Red Hot mais pop e conceitual. John seguia a linha mais psicodélica. São duas escolas diferentes. Ambas essenciais para entender porque o Red Hot é tão importante para a história do rock.

O set do grupo foi bem jovem. Poucas coisas de discos mais pegados, como o aniversariante “Blood Sugar Sex Magik” (1991) e “One Hot Minute” (1995). As musicas de “Californication” (1999) e “By The Way” (2002) foram as favoritas do quarteto.

Na balada “Under The Bridge”, emoção e lágrimas. O mesmo se repetiu em “By The Way”. “Give It Away” deu números finais à performance altamente explosiva de um Red Hot que soube moldar seu som sem perder o DNA. O Rock in Rio agradece. Voltem sempre.

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