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Greve dos servidores – Grevista tem até dia 9 para evitar desconto

A prefeitura de Ribeirão Pre­to está convocando os servidores públicos municipais que aderiram à greve da categoria para compen­sação dos dias parados – começou em 10 de abril e foi suspensa em 3 de maio porque o Tribunal de Jus­tiça de São Paulo (TJ/SP) vai julgar o dissídio coletivo. Nesta quinta-feira, 23 de maio, a administração publicou, no Diário Oficial do Município (DOM), resolução que oficializa e disciplina a reposição.

A adesão é facultativa, mas o grevista que não aderir ao plano de compensação terá os dias de paralisação descontados do ven­cimento. O funcionário público deverá efetuar opção pela forma de reposição por meio do Canal do Servidor, entre 31 de maio e 9 de junho.

No site constará, inclusive, a quantidade de dias a compensar e o valor do desconto, se for o caso. Cada secretaria ou autarquia fi­cará responsável pela fixação de escalas e elaboração de calendário para garantir a efetividade e con­trole da compensação, que deverá ocorrer até o final do ano. Outras ausências não justificadas estão fora do plano.

Ao término da compensação, os responsáveis pelas repartições onde os servidores estão lotados deverão expedir certidão com o total de dias compensados, que deverá ser encaminhada à divisão de gestão de pessoal da respectiva secretaria ou autarquia para pro­ceder aos registros necessários. Quem não se manifestar será con­siderado não optante.

Assinam a resolução os se­cretários Alberto José Macedo Filho (Governo), Ângelo Ro­berto Pessini Júnior e Marine Oliveira Vasconcelos (Admi­nistração), a superintendente do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM), Maria Regina Ricardo, e o presidente da Comissão de Política Salarial, Emerson Paulo Vecchia.

Por meio de nota, a prefeitura informa que “por meio da reso­lução, a administração municipal oferece ao servidor a oportunida­de de reposição dos dias parados, dessa forma, os valores não serão descontados do salário. O servi­dor que não optar pela reposição dos dias não trabalhados terá os dias descontados”.

Já o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP) diz que vai discutir a resolu­ção nº 01/2019 com a comissão de negociação, na próxima se­gunda-feira, 27 de maio. Informa também que o departamento ju­rídico já trabalha na análise sobre a constitucionalidade, a legalidade e os efeitos do ato administrativo apresentado pelo governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB). Um pa­recer será elaborado e distribuído para a categoria.

A audiência de conciliação realizada em 9 de maio, no gabi­nete do vice-presidente do TJ/SP, desembargador Artur Marques da Silva Filho, entre representantes da prefeitura e do SSM/R, termi­nou sem acordo e a decisão sobre a legalidade da greve da categoria – e se é abusiva ou não – caberá ao Órgão Especial da Corte Paulista, por meio de dissídio coletivo.

Mas o governo cita que vai descontar os dias parados inde­pendentemente do resultado do julgamento. O relator será o de­sembargador Moacir Peres. Ele vai analisar toda a documentação apresentada por empregador e empregados, vai ouvir os argu­mentos de cada parte envolvida e depois emitirá relatório que será julgado pelo colegiado do Tribu­nal de Justiça.

A greve dos servidores públi­cos de Ribeirão Preto foi suspensa em 3 de maio depois de 23 dias de paralisação e protestos e será defini­da por meio de ação trabalhista. Os funcionários públicos já rejeitaram a proposta de reposição dos dias pa­rados em troca de não ter os dias parados descontados dos salários.

A administração mantém a postura de congelar os vencimen­tos e não conceder reajuste salarial neste ano para não ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os servidores seguem em estado de greve – o período de paralisação, de 23 dias até a suspensão, é o mais longo da história do funcionalis­mo municipal e o terceiro seguido na gestão tucana de Nogueira.

Ribeirão Preto tem 9.204 fun­cionários na ativa e mais 5.875 aposentados e pensionistas que recebem seus benefícios pelo Ins­tituto de Previdência dos Munici­piários (IPM). O prefeito já disse que não pode conceder reajuste porque o município ultrapassou o limite prudencial de 54% de gasto com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – atingiu 55,86% por causa dos re­passes feitos ao IPM.

A folha de pagamento da pre­feitura é de aproximadamente R$ 61,1 milhões mensais, e a do ór­gão previdenciário gira em torno de R$ 40 milhões. A data-base da categoria é 1º de março. Os servi­dores pedem reajuste de 5,48%. São 3,78% de reposição da infla­ção acumulada entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial usado pelo Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, e mais 1,7% de aumento real. O mesmo per­centual (5,48%) é cobrado sobre o vale-alimentação da categoria e no auxílio nutricional dos aposen­tados e pensionistas.

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