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Greve dos Correios tem 70% de adesão

© Fernando Frazão/Agência Brasil

Federações de funcionários dos Correios estimaram que 70% do contingente operacional (entre carteiros, carregadores e motoristas) e administrativo da estatal cruzaram os braços na terça-feira, 18 de agosto, no primeiro dia de uma greve na­cional, o que equivaleria a 74 mil trabalhadores em todo o país. As agências continuaram aber­tas, mas sendo operadas por um contingente de 30% dos empre­gados – como determina a lei nesses casos.

O número de adesão é con­testado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), segundo a qual 83% do efetivo total não teria interrompido seu trabalho. “A empresa já co­locou em prática seu plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à po­pulação. Medidas como o des­locamento de empregados ad­ministrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mu­tirões estão sendo adotadas”, disse em nota a companhia.

O movimento não afeta o funcionamento das agências franqueadas, já que seus fun­cionários seguem outro regime de trabalho. Os funcionários acusam os Correios de des­cumprir o acordo coletivo que teria vigência até 2021. Entre os benefícios revogados estão pagamento de 30% de adicional de risco, vale-alimentação, li­cença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais.

Também afirmam que tive­ram de acionar a Justiça para garantir equipamentos de pro­teção individual, para evitar a contaminação pelo novo co­ronavírus, além de álcool em gel, testagem e afastamento de integrantes de grupos de risco e dos que coabitam com crianças em idade escolar.

“A categoria está trabalhan­do desde o início da pandemia. A empresa só forneceu uma máscara para cada trabalhador. O trabalhador está tirando di­nheiro do bolso para pagar seu EPI (equipamento de proteção individual)”, disse o diretor de comunicação da Federação In­terestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), Douglas Melo. “Nós seguramos essa gre­ve até onde era possível, mas não tinha mais condições.”

Os Correios dizem que o objetivo das negociações é se proteger da crise financeira oca­sionada pela pandemia. “A di­minuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais.” Empresas que dependem dos Correios para entregas de mercadorias adap­taram seus sistemas para manter as entregas em dia e acreditam que a greve não terá grandes im­pactos para os negócios.

O Mercado Livre, por exem­plo, orienta os compradores a optarem por ofertas sinalizadas como “Entregando Normal­mente”. A companhia disse que trabalha com mais de 70 par­ceiros logísticos no Brasil, o que permitiria continuar operando e realizando entregas dentro dos prazos em situações adver­sas. “A greve afetará somente os produtos que têm entregas fei­tas via Correios, com possíveis alterações de prazos, que estão sendo informadas aos vende­dores e compradores.”

Segundo o Procon, o con­sumidor que contratar serviços dos Correios, como a entrega de encomendas e documentos, tem direito a ressarcimento ou abatimento do valor pago, caso o serviço não seja realizado. No caso de produtos adquiridos de empresas que fazem a entrega pelos Correios, essas empresas são responsáveis por encontrar outra forma para que os produ­tos sejam entregues ao consumi­dor no prazo contratado.

Em Ribeirão Preto, o juiz da 1ª Vara do Trabalho, Fabio Nata­li Costa, acatou o pedido e deci­diu com tutela de urgência que os funcionários em greve des­bloqueassem o acesso ao cen­tro de triagem dos Correios, no bairro da Lagoinha, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. O ma­gistrado também ponderou que o serviço postal é considerado essencial, inclusive no contexto da pandemia.

A entrada e a saída dos veí­culos da unidade na rua Antô­nio Fernandes Figueroa tinha sido bloqueada na terça-feira por grevistas. Eles desocuparam a entrada da central ainda na noite de anteontem), segundo a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Região de Ribeirão Preto (Sin­tect-RPO), Fernanda Romano.

No entanto, a unidade, que chega a processar 500 mil en­comendas por dia para 92 cida­des, de acordo com a entidade, funciona com capacidade redu­zida em função da paralisação, que chega ao segundo dia, de acordo com a representante da categoria. O sindicato estima uma adesão de 80% dos fun­cionários do setor operacional no primeiro dia de paralisação, com serviços afetados em agên­cias e centros de distribuição de várias cidades da regional.

Ribeirão Preto conta atu­almente com 17 unidades dos Correios (entre agências, centros de distribuição e de tratamento e unidades administrativas) e cerca de 570 empregados – são aproximadamente 400 carteiros. A empresa informa que diaria­mente são entregues aproxima­damente 150 mil correspondên­cias no município. Os números do Sintect-RPO são distintos.

Além de informar que a empresa tem dois mil funcio­nários em 92 cidades da região – 1.500 carteiros –, diz que são distribuídas em Ribeirão Pre­to 250 mil correspondências por dia, mais de 40 mil por cada uma das seis centrais – a agência na avenida da Saudade fechou. Na região, a categoria também aderiu à greve.

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