A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afeta o atendimento a cerca de três milhões de segurados de ao menos 21 estados, além do Distrito Federal, onde as atividades presenciais estão paralisadas. Em Ribeirão Preto, os segurados que precisam de perícia médica para receber o benefício ficaram sem atendimento nesta sexta-feira, 1º de abril.
A fila se estende desde quarta-feira, 31 de março, nas duas unidades da cidade, na rua Amador Bueno nº 479, no Centro, e na avenida Coronel Quito Junqueira nº 57, nos Campos Elíseos, Zona Norte. Os peritos médicos aderiram à greve por tempo indeterminado na quarta-feira, 30 de março. A paralisação dos demais servidores do INSS começou há dez dias.
Eles reivindicam a recomposição salarial de quase 20% para repor a inflação de três anos, melhoria no plano de carreira e realização de concurso para contratar novos profissionais. A Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais divulgou nota criticando o agora ex-ministro de Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni.
“O movimento foi instaurado única e exclusivamente em virtude da postura completamente omissa e desrespeitosa adotada por parte do governo federal, na pessoa do ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência Social)” em relação às reivindicações da categoria.
Onyx Lorenzoni deixou o cargo na quinta-feira (31) para disputar o governo do Rio Grande do Sul. O novo titular da pasta é José Carlos Oliveira, que era presidente do INSS. Segundo a associação que representa os peritos médicos, eles foram surpreendidos pela ruptura do acordo firmado com o governo, após mais de dois meses de negociação. Cerca de 3,2 mil profissionais em todo país estão de braços cruzados.
Os peritos pedem recomposição salarial de 19,99% relativa às perdas inflacionárias de 2019 a 2022 e a edição do decreto que regulamenta a carreira e permita o desenvolvimento funcional anual. Também defendem melhoria das condições de trabalho, abertura imediata de negociação e a promoção imediata de concurso público para a recomposição dos quadros da carreira. Segundo a associação, a defasagem chega a três mil servidores.
Reagendamento
Para tentar minimizar os impactos da paralisação, o Ministério do Trabalho e Previdência recomenda que os contribuintes da seguradora pública que deixarem de ser atendidos devido à greve dos servidores usem o aplicativo Meu INSS para remarcar os procedimentos agendados. Para remarcar o atendimento, o segurado deve acessar o aplicativo disponível no endereço eletrônico.
Caso esteja utilizando o serviço pela primeira vez, o interessado deverá cadastrar uma senha de acesso. Depois, basta clicar, sucessivamente, sobre as abas serviços, benefícios, auxílio-doença, perícia e, por fim, em remarcar perícia. Para evitar prejuízos financeiros aos segurados cuja perícia for impactada pela paralisação dos servidores, o INSS levará em conta a data em que o primeiro atendimento tinha sido originalmente agendado.