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Servidores: Greve acaba com reajuste de 2,5%

Depois de dez dias, a greve do funcionalismo público de Ri­beirão Preto chegou ao fim nes­ta quinta-feira, 19 de abril. Em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Servidores Munici­pais (SSM/RP), a categoria apro­vou a nova proposta do governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e encerrou o movimento paredista, depois de mais de uma semana de protestos, passeatas, disputas judiciais e até invasão do plenário da Câmara de Vereadores.

A nova proposta – a tercei­ra apresentada pelo Palácio Rio Branco – prevê reajuste salarial de 2,06% com base no Índice Na­cional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com acréscimo de 20% de ganho real, totalizando 2,5% de aumen­to. O mesmo percentual será apli­cado no vale-alimentação, que passará de R$ 862 para R$ 883,55, aporte de R$ 21,55, e na cesta bá­sica nutricional dos aposentados. Os dias parados não serão des­contados, mas a categoria terá de repor o período de greve.

Outras seis propostas da lista de reivindicações enviadas pelo Sindicato dos Servidores ao Exe­cutivo serão atendidas, como o pagamento do salário na primeira quarta-feira do mês subseqüente ao trabalhado ou no quinto dia útil (o que for mais vantajoso), regulamentação do atestado mé­dico de meio período, pagamento da licença-prêmio em valor má­ximo semestral, reuniões com os membros da Comissão de Nego­ciação de Assuntos não Econômi­cos e compromisso de revisão do valor mínimo da cesta nutricional dos aposentados, mediante um estudo junto ao Instituto de Previ­dência dos Municipiários (IPM).

A sexta proposta atendida, que figura entre os 180 itens de reivindicações apresentados pelo sindicato em 1º de março, já es­tava sendo planejada pela Secre­taria de Educação: a entrega do Plano Municipal de Educação. O Conselho de Escola de cada uni­dade deverá elaborar o calendário do ano letivo, no prazo de 30 dias, para que os servidores que ade­riram à greve reponham as aulas perdidas neste período, dando cumprimento ao calendário es­colar. A reposição dos dias de greve também está prevista nas demais secretarias e autarquias e será realizada mediante controle individual.

O percentual de 2,5% é o mais baixo em cerca de 13 anos – em 2005, na gestão de Welson Gas­parini (PSDB), a categoria aceitou abono de R$ 120 e, em 2007, au­mento de 3%. A contraproposta nasceu de uma união do prefeito Duarte Nogueira Júnior com o presidente do Sindicato dos Ser­vidores Municipais, Laerte Carlos Augusto, encontro intermediado por uma comissão de 18 vereado­res. A categoria já havia rejeitado duas propostas, de 1,81% e 2,06%, respectivamente. Deflagrada em 10 de abril, a paralisação comple­tou dez dias ontem e foi a segunda mais longa da história da catego­ria, já que no ano passado a greve durou três semanas (21 dias).

“Foi uma luta árdua. Saímos de uma proposta de zero por cen­to e chegamos a 2,5% de reajus­te. Mostramos para o governo a força da categoria com mais uma grande mobilização dos trabalha­dores. Parabéns a todos e a todas que fizeram parte de mais este capítulo importante na história do funcionalismo municipal”, diz Carlos Augusto.

Liminares da 1ª e da 2ª Va­ras da Fazenda Pública deter­minaram que várias secretarias (Educação,Saúde e Assistência Social) e o Departamento de Água e Esgotos (Daerp) manti­vessem 100% do quadro na ati­va. Em outros setores a ordem variava entre 60% e 80%. Com o fim da greve, hoje as escolas da rede municipal de ensino devem atender normalmente. A área da educação, como tradi­cionalmente ocorre, é a que tem maior adesão – balanço da pre­feitura divulgado nesta quinta­-feira informou que no ensino fundamental foi de 18,78% e na infantil chegou a 13,56%.

O sindicato pedia reajuste de 10,8%, mesmo índice de reposi­ção sobre o valor atual do vale-ali­mentação e da cesta básica nutri­cional dos aposentados. O pedido dos trabalhadores faz referencia à correção da inflação nos últimos doze meses, de 2,93% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – indexador oficial –, mais aumento de 7,87% referente ao crescimento orça­mentário na arrecadação.

No ano passado, já na ges­tão Duarte Nogueira, os servi­dores aceitaram reajuste salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de março e 2,34% para setembro. Também recebe­ram uma reposição de 4,69% em parcela única retroativa a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos aposentados. Nenhum dia foi descontado dos grevistas.

Reajustes nos últimos anos

WELSON GASPARINI (PSDB)
2005……………abono de R$ 120
2006……………………………..5,05%
2007………………………………….3%
2008……………………………..5,16%
Total……………………………13,21%

DÁRCY VERA (DEM)
2009……………………………….5,9%
2010……………………………..6,31%
2011……………………………..6,47%
2012……………………………….6,5%
Total……………………………25,18%

DÁRCY VERA (PSD)
2013……………………………..5,84%
2014……………………………..5,56%
2015……………………………..6,23%
2016…………………………..10.67%
Total……………………………..28,3%

Duarte Nogueira Júnior (PSDB)
2017……………………………..4,69%
2018……………………………..2,50%
Total……………………………..7,19%

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