Tribuna Ribeirão
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Greenpeace aciona a Justiça contra Salles

JOSÉ CRUZ/ AG.BR.

A organização ambiental Greenpeace vai acionar, na Justiça, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pe­las declarações publicadas pelo ministro no Twitter, na qual insinua que o barco da ONG estava na mesma área suspeita de derramar o petróleo cru que se espalhou pelo litoral do Nor­deste do País.

O coordenador de políti­cas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini, disse que a área jurídica da organização já foi mobilizada e que Ri­cardo Salles será interpela­do judicialmente. “Iremos à Justiça contra as falsas decla­rações feitas pelo ministro”, disse Astrini. “A decisão está tomada. Agora, será analisa­da por nossa área jurídica”.

Nesta quinta-feira (24), mais cedo, Ricardo Salles usou a rede social Twitter e fez a se­guinte declaração: “Tem umas coincidências na vida né… Pa­rece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano…”

O Ministério do Meio Am­biente foi questionado se, de fato, realiza algum tipo de in­vestigação que envolva a em­barcação do Greenpeace, mas não se manifestou sobre o as­sunto. A reportagem também pediu um posicionamento da pasta a respeito da decisão do Greenpeace, de processar Salles pelas declarações que publicou, mas o MMA não respondeu ao pedido até o momento.

Em reação às afirmações do ministro, o Greenpea­ce publicou uma nota, na qual afirma que, “enquanto o óleo continua atingindo as praias do Nordeste, o minis­tro Ricardo Salles nos ataca insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico”. “Trata-se, mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fu­maça na tentativa de escon­der a incapacidade de Salles em lidar com a situação”, de­clarou o Greenpeace.

A organização afirmou que seu navio Esperanza faz parte de uma campanha inter­nacional chamada “Proteja os Oceanos”, que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as ame­aças aos mares. A embarcação passou pela Guiana Francesa entre agosto e setembro, onde realizou uma expedição de documentação e pesquisa do recife conhecido como Corais da Amazônia, segundo o Gre­enpeace, com o propósito de lutar pela proteção dos ocea­nos e contra a exploração de petróleo em locais sensíveis para a biodiversidade mari­nha. No momento, o navio está atracado em Montevidéu, no Uruguai.

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