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Gravidez na adolescência: prevenção é o caminho

A gravidez na adolescência é uma questão de saúde pública a ser enfrentada no país.

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indica que o Brasil possui índice de gestações entre as adolescentes maior do que a média da América Latina e do Caribe. No país, a cada 1 mil garotas, com idade entre 15 e 19 anos, 68,4 estão grávidas, enquanto a média dessas regiões é de 65,5. A taxa mundial de gravidez nessa faixa etária é estimada em 46 nascimentos para cada 1 mil adolescentes.

Apesar de o Estado de São Paulo ter reduzido o número de adolescentes grávidas, em 46,59% entre os anos de 1998 e 2016, ainda são quase 80 mil nascimentos de crianças cujas mães possuem idade entre 10 e 19 anos. É preciso entrever que os pais dessas crianças, em muitos casos, também se encontram na adolescência. Temos então jovens, de ambos os sexos, im­pactados pela enorme responsabilidade de assumir, de forma antecipada, os cuidados sobre a nova vida que conceberam.

O cenário mostra a urgência de conversar diretamente com os adolescentes sobre o tema, na sua linguagem, e envol­ver a participação da comunidade escolar, por meio da rede pública estadual de ensino, pois a gravidez na adolescência frequentemente acarreta na evasão escolar.

Um estudo da Fundação Abrinq, a partir de dados federais de 2016, aponta que nas regiões Norte e Nordeste do Brasil 35,9% e 35,5%, respectivamente, das mães até 19 anos não concluíram o Ensino Fundamental, estudaram de quatro a sete anos. Nas regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul a propor­ção foi de 23,9%, ou seja, quase um quarto das jovens aban­donaram seus estudos.

Para enfrentar o problema e também fazer alusão à Se­mana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pela Lei nº 13.798/2019, o Governo do Estado de São Paulo, por meio das Secretarias da Justiça e Cidadania, da Educação e da Saúde, criou a campanha “Gravidez na Adoles­cência. É para a Vida Toda”.

A ação visa conscientizar os jovens sobre o quanto é imprescindível usar métodos contraceptivos para evitar uma gravidez precoce e alertar sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISF). A prevenção colabora para conscienti­zar os adolescentes e estimular o autocuidado. Pretendemos mostrar, por meio de histórias reais, as dificuldades e as con­sequências envolvidas na gestação nessa etapa da vida, além de destacarmos que o pai também é responsável pelo bebê.

Conforme a ginecologista Albertina Duarte Takiuti, que de­senvolve projetos e estudos voltados para jovens mães, “a gravidez na adolescência não é decisão, é falta do poder de decisão”.

Uma criança vir ao mundo não é um obstáculo ou o fim de uma jornada, contudo ela traz mudanças para os quais, quando adultos, estamos mais preparados para encarar e viver, sem receio, angústia e medo.

A campanha convida o jovem a refletir sobre esses temas, os impactos de uma gravidez precoce e, sobretudo, como as escolhas do presente podem ser determinantes para o futuro pessoal e profissional de cada um deles.

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