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Governo retomará prédio de sindicato

ALFREDO RISK

A prefeitura municipal pro­tocolou, na Câmara de Verea­dores, projeto para revogar a lei complementar nº 764, de 8 de julho de 1998, que autorizou o Executivo a doar imóvel de sua propriedade ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimen­tos de Serviços de Saúde de Ri­beirão Preto (SinSaúde).

O imóvel fica na rua Wladi­mir Pinto Ferraz nº 250, no Par­que Ribeirão Preto, Zona Oeste, e será a sede da unidade ribei­rão-pretana do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecno­logia de São Paulo. O sindicato recebeu o terreno em 1998, mas tempo depois vendeu o imóvel.

O comprador é o Instituto Nacional de Apoio à Educa­ção, Desenvolvimento, Pesqui­sa, Ações Assistenciais em Saú­de, Meio Ambiente, Turismo e Cultura (Inapas). No local foi construído o Centro de Edu­cação Profissional de Ribeirão Preto, ligado ao SinSaúde, co­mandado pelo então presidente Nilseleno Martins da Silva.

O repasse do imóvel e o uso de forma irregular resultaram no ajuizamento de uma ação, por parte da prefeitura, para re­vogação da doação por descum­primento de encargo previsto no artigo 2º da lei de doação. Um dos itens descumpridos estabe­lecia que os cursos oferecidos se­riam ministrados gratuitamente – o que não estava acontecendo.

Outro tópico vedava o Sin­Saúde de dar outra destinação ao imóvel objeto da doação. A ação judicial foi julgada proce­dente e já transitou em julgado. “Assim, faz-se necessária a revo­gação da Lei Complementar nº 764/1998, visto que a doação foi revogada judicialmente e o imó­vel foi retornado ao patrimônio da prefeitura”, diz parte da justi­ficativa do projeto.

Em 2014, o ex-presidente do sindicato, Nilseleno Martins da Silva, foi condenado pela Jus­tiça do Trabalho a pagar uma indenização no valor de R$ 5 milhões à entidade. Era acusado pelo Ministério Público do Tra­balho (MPT) de desviar cerca de R$ 40 milhões do SinSaúde para comprar bens em seu nome.

Na época, em sua decisão, a juíza Roberta Jacopetti Bone­mer, da 3ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, condenou Nil­seleno Martins da Silva ao pa­gamento de indenização por da­nos morais coletivos a favor do sindicato e suspendeu os direitos políticos dele por oito anos, além da inelegibilidade para integrar a diretoria de qualquer entidade sindical por igual prazo.

Segundo dados da ação mo­vida pelo MPT, o ex-presidente, que ficou 20 anos à frente da en­tidade, recebia, por mês, salário de R$ 20.689,66, quando, por lei, deveria receber R$ 1,1 mil, valor referente à função que desempe­nhava em um hospital da cida­de antes de assumir o cargo no sindicato. O montante desviado com as irregularidades é estima­do em R$ 40 milhões.

No dia 18 de maio, o pre­feito Duarte Nogueira (PSDB) anunciou e assinou o termo de doação do imóvel em comoda­to para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo­gia de São Paulo (IFSP) instalar uma unidade no município. O equipamento educacional con­tará com diversas salas, labo­ratórios e terá capacidade para atendimento de 600 alunos.

O anúncio de que Ribeirão Preto receberia o Instituto Fede­ral de São Paulo foi feito no mês de março de 2023, em coletiva de imprensa, com a presença do ministro da Educação Camilo Santana. Desde então, a prefei­tura passou a estudar o melhor local para abrigar a instituição.

O Instituto Federal de Edu­cação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) é uma autar­quia federal vinculada ao Mi­nistério da Educação (MEC), especializada na oferta de Edu­cação Profissional e Tecnológi­ca (EPT), criada por meio da lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008.

A legislação também ins­tituiu a Rede Federal de Edu­cação Profissional, Científica e Tecnológica, da qual o IFSP é integrante. Oferece uma gama de cursos gratuitos: 29 cursos técnicos, 15 de licenciatura e 19 de bacharelado em todas as áreas de atuação, de Humanas e Exatas. A previsão é de que as aulas no futuro campus come­cem em 2024.

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