Tribuna Ribeirão
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Governo pede dados de empresa que navio

MARINHA DO BRASIL

O governo brasileiro pediu, por meio da Organização Interna­cional de Polícia Criminal (Inter­pol), informações à Delta Tankers Ltd, que administra o navio Bou­boulina, de bandeira grega, sus­peito de ter derramado óleo que atinge as praias do Nordeste. “A empresa vai ser notificada agora. A gente fez os pedidos através de interpol. Ela vai tomar conheci­mento da investigação toda e vai ter oportunidade de apresentar estes documentos que ela alega ter”, disse nesta segunda-feira, 4, o delegado Franco Perazzoni, chefe do serviço de geointeligência da Polícia Federal.

No final de semana, a empresa afirmou à Reuters que uma in­vestigação em material de câme­ras e sensores de suas embarca­ções não encontrou evidências de que o navio “tenha parado para fazer qualquer tipo de opera­ção entre dois navios, vazado óleo, desacelerado e desviado do seu curso, na passagem da Venezuela para Melaka, na Malásia”. Pera­zzoni ponderou que a empresa é suspeita, mas não foi indiciada. “A gente vai reunir todos estes ele­mentos e avaliar”, comentou.

Segundo o comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, foram abertos ainda dois inquéritos adminis­trativos sobre o caso, por crime ambiental e para apurar fatos de navegação. “(As apurações) têm poder de alcançar os responsá­veis”, disse. A PF informou que o Brasil aguarda informações sobre o navio pedidas via coo­peração política internacional a Cingapura, Venezuela, África do Sul, Nigéria e Grécia.

Dano bilionário
O presidente do Instituto Bra­sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, disse que o dano ambiental pelo avanço de óleo em praias do Nordeste “com certeza” será na “casa dos bi­lhões”. Ele afirmou que mais de uma multa ambiental pode ser aplicada em casos desta propor­ção. Cada multa tem valor máxi­mo de R$ 50 milhões.

Perazzoni, da Polícia Federal, afirmou que diversas medidas de “descapitalização” também são possíveis, além da multa, como se­questro de bens e arresto. Ele disse que os danos pelo óleo derrama­do são de “tal monta” que acabam sendo irreparáveis. A pena para crimes como de poluição, não notificar incidentes ao mar e deli­to ambiental podem chegar a 10 anos, disse Perazzoni.

Volume de óleo
Segundo o comandante Le­onardo Puntel, diminuiu nos úl­timos dias a quantidade de óleo que chega às praias, mas não é possível estimar o volume que ainda irá atingir o litoral. “Como o óleo navega submerso, é muito difícil detectá-lo”, afirmou. Assim como Puntel, o ministro da De­fesa, Fernando Azevedo e Silva, disse mais cedo que não há como saber a quantidade de óleo que ainda pode chegar às praias. Am­bos desviaram de perguntas sobre declaração do presidente Jair Bol­sonaro de que o “pior está por vir”.

Puntel disse que investiga­ções apontam que o navio sus­peito fez uma operação de trans­ferência de carga (“ship to ship”) em águas internacionais, pró­ximo de Cingapura. O governo brasileiro aguarda respostas do país asiático sobre o caso. O Mi­nistério da Defesa informou que quatro Estados do Nordeste têm praias limpas e outros três apre­sentam áreas leve ou moderada­mente afetadas pelo óleo.

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