O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 3 de abril, que o país vai tomar “todas as medidas cabíveis” diante da decisão do governo norte-americano de tarifar em 10% os produtos brasileiros, em meio a uma espécie de tarifaço global sobre impostos de importação.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, detalhou seu plano de tarifas recíprocas para 59 países durante evento na Casa Branca na quarta-feira (2). O republicano afirmou que a tarifa para o Brasil será de 10%. A medida anunciada no “Dia da Libertação dos EUA” passa a valer a partir da zero hora deste sábado (5).
Outras tarifas para produtos específicos já tinham sido anunciadas, como 25% para aço e alumínio e para automóveis e suas peças. Mas a Casa Branca anunciou que os 10% não serão cumulativos com a taxa específica desses setores. Trump ainda anunciou taxação de 25% em todos os carros produzidos fora dos EUA. Essa taxa está valendo desde a zero hora desta quinta-feira.
“Defendemos o multilateralismo e o livre comércio. E responderemos a qualquer tentativa de impor um protecionismo que não cabe mais hoje no mundo”, disse Lula em evento de divulgação dos atos do governo neste terceiro mandato do petista na Presidência da República.
“Diante da decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender as nossas empresas e os nossos trabalhadores, tendo como referência a lei da reciprocidade econômica, aprovada ontem pelo Congresso Nacional, e as diretrizes da Organização Mundial do Comércio”, disse Lula.
Lula participou do evento intitulado “O Brasil dando a volta por cima”, que, segundo ele, foi “um breve balanço daquilo que fomos capazes de realizar em apenas dois anos”. “A começar pela reconstrução de um país deixado em ruínas pelo governo anterior”, emendou.
“O Brasil é um país que volta a sonhar e ter esperança. Um Brasil que dá a volta por cima e deixa de ser o eterno país do futuro para construir hoje seu futuro”, completou. “Com mais desenvolvimento e inclusão social, mais tecnologia e mais humanismo ”, ressaltou.
“Um país menos desigual e mais justo. Que investe em saúde, educação e mais serviços públicos de qualidade. Que não tolera ameaças à democracia. Que não abre mão da sua soberania. Que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela. Que fala de igual para igual e respeita todos os países, dos mais pobres aos mais ricos. Mas que exige reciprocidade no tratamento”, destacou Lula.