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Governo Lula lança pacote de segurança

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta sex­ta-feira, 21 de julho, um pacote de projetos de leis enviado ao Congresso que inclui o endure­cimento de penas a quem “aten­tar” contra o Estado Democrá­tico de Direito. As propostas foram articuladas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e batiza­das de “Pacote da Democracia”.

Um dos projetos de leis en­viados ao Congresso quer au­mentar a pena para quem co­meter crimes contra o Estado Democrático de Direito. Isso envolve aumentar de seis para doze anos, o que transformaria em pena de prisão em regime fechado, a punição para quem organizar ou liderar movimen­tos antidemocráticos.

Se aprovado, o projeto de lei também vai aumentar de oito para 20 anos a pena de prisão para quem financiar movimen­tos antidemocráticos. O finan­ciamento dos ataques golpistas em 8 de janeiro é uma das prin­cipais dificuldades no combate aos criminosos envolvidos na depredação das sedes do Execu­tivo, do Legislativo e do Judiciá­rio em Brasília.

A proposta aumenta tam­bém de seis para 12 anos a punição para quem atentar contra a integridade física e a liberdade do presidente da República, do vice-presidente, do presidente do Senado Fede­ral, do presidente da Câmara dos Deputados, dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Procurador-Geral da República (PGR).

A medida é lançada uma semana depois do ministro Alexandre de Moraes, do STF, alegar ter sido hostilizado no Aeroporto de Roma, na Itália, em episódio no qual seu filho de 27 anos teria sido agredido fisicamente. Ainda ao tratar de crimes contra essas autoridades acima, o projeto aumenta a pena de 20 para 40 anos de prisão para quem atentar contra a vida desse grupo de autoridades, se for caracterizado que havia fina­lidade de alterar a ordem consti­tucional democrática.

Na apresentação dessas me­didas, o governo federal disse que os ataques golpistas de 8 de janeiro “demonstraram que o tratamento penal aos crimes contra o Estado Democrático de Direito precisa ser mais severo a fim de que sejam assegurados o livre exercício dos Poderes e das instituições democráticas, o fun­cionamento regular dos serviços públicos essenciais e a própria soberania nacional”.

O governo argumenta ainda que esse endurecimento penal reforça o “caráter preventivo” das leis e reafirma “a existên­cia e eficiência do direito penal brasileiro”. Segundo o governo, um dos projetos de lei altera o Código Penal, para dispor sobre as causas de aumento de pena aplicáveis aos crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A versão atual do Código Penal prevê pena de reclusão de quatro a oito anos para quem tentar, com emprego de violên­cia ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitu­cionais; e de quatro a doze anos, além da pena correspondente à violência, para quem tentar de­por, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legiti­mamente constituído.

Lula ainda assinou decretos que tornam mais rígido o con­trole de armas no país. Em um evento no Palácio do Planalto, o presidente lançou uma série de atos sobre o tema, reduzindo o limite de armas a que podem ter acesso os caçadores, atirado­res esportivos e colecionadores (CACs), além de implementar níveis de controle.

O decreto assinado pelo presidente prevê uma migra­ção progressiva do controle de armas dos CACs do Comando do Exército para a Polícia Fe­deral. A flexibilização do acesso a armas foi uma das principais medidas tomadas pelo ex-presi­dente Jair Bolsonaro. O número de armas registradas por CACs de 2018 até julho deste ano teve aumento exponencial. Desde a transição já era sabido que o novo governo editaria medidas para dificultar o acesso a armas. Liderado pelo Ministério da Jus­tiça e Segurança Pública, o tema também foi debatido com a Casa Civil e no Ministério da Defesa.

Com a nova regra, os clubes de tiro não podem mais funcio­nar 24 horas. Agora a regra pre­vê que esses estabelecimentos funcionem apenas entre seis e 22 horas. Esses locais devem es­tar a uma distância de pelo me­nos um quilômetro de escolas públicas ou privadas. Os clubes de tiro terão que cumprir condi­ções para armazenar munição e armas. Aqueles estabelecimen­tos que não atendam aos novos parâmetros terão até 18 meses para se adequar.

Antes, era responsabilidade do Exército a normatização e fiscalização de CACs e clubes de tiro. Agora, o registro, fiscaliza­ção e definição de normas pas­sam a ser da Polícia Federal. Esse foi um dos principais impasses na reformulação das regras. Até a última quinta-feira (20), o go­verno não havia batido o mar­telo sobre a medida. A decisão foi tomada pelo presidente Lula após reunião com Flávio Dino, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

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