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Governo federal não descarta ajuda do G-7

VALTER CAMPANATO/AG.BR.

Mateus Vargas (AE)

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Bar­ros, reforçou nesta terça-feira, 27 de agosto, que o governo não descarta receber ajuda de US$ 20 milhões, equivalente a R$ 83 milhões, oferecida pelos países do G-7. A versão é diferente do que foi dito na segunda-feira (26) pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao portal de notícias G1, e pela assessoria de imprensa do Planalto, que descartaram usar os recursos.

O recuo, no entanto, já havia sido sinalizado pelo presidente Jair Bolsonaro na manhã desta terça-feira, quando disse reconsiderar a ajuda caso o presidente da França, Emmanuel Macron, retire “insultos” contra ele. O porta-voz disse que a mudança de versões não é um recuo de Bolsonaro. “O presidente avança em direção ao bem-estar da nossa sociedade”, disse.

Segundo Rêgo Barros, a condição para receber qualquer ajuda externa é que o Brasil terá “governança total” sobre como será aplicado o recurso. O porta-voz afirmou que o governo estudará se é “possível acatar” a ajuda. Questionado mais de uma vez se uma das condições para receber ajuda do G7 é a retratação do presidente da França, Rêgo Barros desconversou.

“O governo brasileiro está aberto a receber suporte financeiro de organizações e países. O ponto essen­cial (para aceitar a ajuda) é que este dinheiro terá governança total do povo brasileiro”, disse. “Se o G-7 oferecer a ajuda como organismo internacional, e o Brasil entender que é possível acatar, será acatado”, reforçou. Segundo o porta-voz, o governo “não rasga dinheiro e não rasgará”. O general disse que a forma de usar recursos do Fundo Amazônia também será reavaliada pelo governo.

O Itamaraty aceitou ajuda de dez milhões de libras, cerca de R$ 50 milhões, oferecida pelo Reino Unido para o combate aos incêndios na Floresta Amazônica. O recurso teria sido proposto na tarde desta terça-feira ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O Planalto ainda não se manifestou sobre a oferta do Reino Unido.

Trump – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “está trabalhando muito duro nos incêndios da Amazônia e, em todos os aspectos, fazendo um ótimo traba­lho para o povo do Brasil”. No Twitter, Trump ainda acrescentou, após as afirmações, que “não é fácil”. O presidente americano disse também que Bolsonaro e o Brasil “têm o apoio total e completo dos EUA”. Ele ainda afirmou ter conhecido “bem” o presidente brasileiro durante as tratativas com o Brasil.

Macron – O presidente da França, Emanuel Macron, alfinetou Bolsonaro nesta terça-feira ao comentar a posição do governo brasileiro ao recusar a oferta de ajuda dos países ricos do G-7 no combate aos incêndios na Amazônia. Sem citar o nome do pre­sidente brasileiro, Macron diz que “alguns dirigentes confundem soberania com agressividade” e defendeu ser um erro pensar desta forma.

“Observei a atitude de alguns dirigentes que consideram que soberania significa agressividade. Acho que isso é um erro. Somos um país soberano e, quando temos grandes eventos, aceitamos com felicidade a solidariedade internacional porque é um sinal de amizade”, afirmou Macron, em discurso na conferência de embaixadores franceses em Paris.

Macron afirmou ainda que outros países ama­zônicos pediram ajuda internacional para combater as queimadas e que terão o auxílio o mais rápido possível. “Acima de tudo, há nove países na Amazônia. Muitas outras nações já pediram a nossa ajuda. É importante mobilizá-la para que Colômbia, Bolívia e todas as regiões brasileiras que queiram ter acesso a essa ajuda internacional possam tê-la e reflorestar (a Amazônia) rapidamente”, declarou.

Réplica – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que Macron é um “moleque” que teria se utilizado de informações falsas para atacar a soberania brasileira e melhorar sua popularidade entre o eleitorado francês. As declarações do deputado, filho do meio do presidente Jair Bolsonaro, aconteceram na tarde de ontem, durante reunião da Comissão Rela­ções Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

Eduardo tenta a vaga de embaixador do Brasil em Washington, prometida pelo pai. Ele 0isse que países europeus “não têm a mínima moral para exigir de nós a preservação da Amazônia” e que Macron tem feito “molecagem com o Brasil”. “Quando o presidente tem baixa popularidade, tanta atrair um tema para unir seus nacionais. Macron está buscando fazer da nossa Amazônia uma questão política”, declarou.

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