Os carros elétricos são a aposta da indústria automotiva para o futuro, mas já fazem parte do presente de alguns países. A China é um dos mercados mais importantes para os EVs, mas esse cenário tem preocupado o governo do país, que tem um temor de que a competição esteja muito acirrada por lá.
Segundo o ministro da Indústria e Tecnologia da China, Xiao Yaqing, atualmente, há muitas empresas montando carros elétricos em solo chinês. Para tentar mudar esse cenário, Pequim pretende lapidar o mercado de carros elétricos, a fim de tornar essa indústria enxuta e consolidada no futuro.
Passo atrás?
A decisão é um passo para trás na política chinesa para os EVs, já que desde 2010 o país asiático dá uma série de incentivos fiscais para a instalação de montadoras no país. Além disso, também existe uma série de subsídios para que os clientes comprem carros elétricos.
Os incentivos governamentais permitiram um cenário em que cerca de 300 fabricantes de veículos elétricos se instalassem na China e em seus territórios. Isso preocupa o governo de Xi Jinping, que acredita que há um número de competidores maior do que o comportado pelo mercado.
Segundo Xiao Yaqing, o governo não deve agir de forma autoritária e ordenar o fechamento de montadoras menores. Segundo o ministro, haverá o incentivo para que empresas menores realizem processos de fusões e reestruturações, com a intenção de concentrar mais o mercado.
Livre iniciativa?
Pode parecer estranho pensar dessa forma, já que dentro de uma economia de mercado, o que se estimula é a pluralidade de empresas para que não se formem monopólios ou oligopólios. Porém, a China e o seu “comunismo de mercado” têm características bastante particulares.
Para os chineses, faz muito mais sentido ter uma fábrica grande, consolidada e que dificilmente se mudará, do que ter uma infinidade de empresas que não são tão viáveis dentro de um mercado que hoje está em expansão, mas pode estagnar ou se enfraquecer no futuro.
A tendência, portanto, é que o número de montadoras de carros elétricos da China caia paulatinamente com o passar dos anos. As empresas maiores não correm perigo e devem ser até incentivadas, porém, as que não derem resultado, tendem a se tornar fornecedoras ou serem absorvidas pelas gigantes.
Via: The Drive