Foram aproximadamente 60 dias afastado do ginásio. Agora, na corrida para Tóquio, o integrante da equipe brasileira campeã do Pan-americano de Lima quer recuperar o tempo perdido.
No dia 13 de maio, o Grêmio Náutico União de Porto Alegre foi um dos primeiros clubes poliesportivos e sociais do Brasil a reabrir as instalações após o fechamento forçado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). A partir daquele dia, cinco modalidades puderam retomar os treinamentos. Uma delas foi a ginástica artística, que tem como um dos maiores expoentes do atual time o campeão pan-americano por equipes e medalhista de bronze no salto na Universíade do ano passado, Luís Porto.
“O Rio Grande do Sul foi um dos primeiros a retomar os trabalhos. E o União, junto com a Sogipa, foi um dos primeiros clubes do país a permitir a voltar aos treinos. As primeiras semanas foram de trabalhos bem leves com a parte técnica ainda bem básica e muito físico. E, agora, aos poucos estamos retomando o trabalho técnico, mas é claro que sem deixar de lado a parte física, pois perdemos muito tempo nessa quarentena”, diz o ginasta gaúcho à Agência Brasil.
Os quase dois meses sem frequentar o ginásio foram difíceis. “Até mesmo nas férias, não ficamos mais do que 20 dias longe. Foi uma experiência nova”, declarou. Até mesmo depois do rompimento do tendão de aquiles da perna direita em 2018, que o afastou do Mundial de Doha, o período de inatividade foi menor. “Com um mês de cirurgia, já conseguia fazer trabalhos físicos de membros superiores. Então, mesmo estando no meio de um ciclo olímpico, posso dizer, sim, que está sendo um recomeço. É preciso conciliar bem tudo isso”.
Sem a participação do ginasta do Grêmio Náutico União, a equipe brasileira garantiu a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio no Mundial de Stuttgart em outubro do ano passado. Mas, com o adiamento de praticamente todo o calendário de competições por causa da pandemia do novo coronavírus, a definição dos nomes que irão compor a equipe brasileira segue sem uma data para ocorrer. Mas, é claro, que Luís Porto quer uma delas: “Não sei ainda como vai acontecer. Ninguém está garantido. O foco de todos está nos Jogos Olímpicos. Vínhamos trabalhando online durante a pandemia. Vamos ver o que vai acontecer. O que decidirem, acredito que vai ser o melhor, independente se eu estiver dentro ou não”.
Conquistas de 2019
Se o gaúcho não participou do Mundial da Alemanha, ele esteve ao lado do Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza e Francisco Barretto na campanha que deu o ouro ao Brasil no Pan de Lima, em agosto de 2019. “Foi um momento muito especial. Estar lá após minha lesão e, no meu segundo ano de seleção, ter sido escolhido para estar lá ao lado de medalhistas olímpicos e mundiais foi fundamental para meu crescimento. Eles são alguns dos meus ídolos, e sabem disso. Tinha que fazer o meu, torcer por eles e eles torcerem por mim. Foi incrível”, recorda. Outra vitória muito comemorada foi a conquista da medalha de bronze na Universíade de Nápoles na prova de salto. “Foi minha primeira competição internacional depois da cirurgia. Quando aconteceu a seletiva, não esperava conseguir a vaga. No Brasileiro, competi os seis aparelhos e consegui me classificar para a Universíade no individual geral e no salto. No geral, não fui tão bem, mas no salto tive a felicidade de cravar o meu primeiro depois da cirurgia. Foi uma grande vitória”, conclui.
Edição: Fábio Lisboa