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Gilmar diz que Dodge irá revisar trapalhadas

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou nesta segunda­-feira, 18, o discurso de posse da nova procuradora-geral da Repú­blica, Raquel Dodge, e disse que ela certamente fará uma reanálise dos procedimentos tomados pelo seu antecessor, Rodrigo Janot, para evitar “erros e equívocos”.

“Ouvi o discurso da procu­radora Raquel Dodge e fiquei impressionado. Sua Excelência falou que vai dar continuidade ao trabalho de combate à corrup­ção, mas colocará outros temas também na agenda – a defesa dos direitos humanos, a questão da saúde, dos presos, a questão indígena. E enfatizou muito que as investigações devem ser feitas dentro dos devidos marcos legais. Acho que ela deu uma boa res­posta”, comentou Gilmar Men­des a jornalistas.

Indagado se Raquel Dodge vai rever acordos, Gilmar disse que “certamente haverá revisões”. O ministro é um dos mais duros críticos à delação de executivos do grupo J&F, que tem sido ques­tionada pela defesa do presidente Michel Temer, alvo de uma se­gunda denúncia de Janot – desta vez, pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

“Certamente a procurado­ra-geral vai fazer uma reanálise de todos os procedimentos que estão ainda à sua disposição, de maneira natural, para certa­mente evitar erros e equívocos que estavam se acumulando”, afirmou Gilmar Mendes.

“Tenho a impressão de que, ao fim e ao cabo, nós temos muitos tumultos, desacertos, esses episódios últimos envol­vendo, por exemplo, a delação da JBS, creio que mostram bem isso. Umas certas trapalhadas, perplexidades, que resultaram em ineficiência do trabalho da própria Procuradoria-Geral da República”, criticou Gilmar.

Desafeto de Janot, Gilmar não participou do julgamento em que, por 9 a 0, o STF rejeitou afas­tar o antecessor de Raquel Dodge das investigações contra Temer no caso JBS. Na próxima quarta­-feira, 20, o STF julgará se atende ao pedido da defesa do presiden­te para suspender a segunda de­núncia até que sejam esclarecidas as suspeitas de irregularidades envolvendo a delação do empre­sário Joesley Batista e do executi­vo Ricardo Saud.

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