Os preços dos combustíveis atingiram um novo patamar em Ribeirão Preto desde 9 de julho, quando ocorreu o reajuste de 7,12% no preço da gasolina nas refinarias da Petrobras e o dólar passou a subir sem parar, levando as usinas paulistas a direcionarem a produção para o açúcar – commodity que tem alto valor de exportação – em detrimento do etanol.
O valor médio do litro da gasolina vendida nos postos da cidade supera R$ 6,00 desde 14 de julho. O do etanol continua acima de R$ 4,00 no mesmo período. São quatro semanas seguidas, segundo o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apesar da tendência de estabilidade.
“A perspectiva é de estabilidade de preços, nas próximas semanas. Sobre o etanol, a demanda caiu, por conta do fim das férias, e os estoques reguladores estão equilibrados com a demanda atual”, diz Fernando Roca, presidente da Associação Núcleo Postos Ribeirão Preto, que reúne 90 revendedores de combustíveis da cidade e região.
“A gasolina e o diesel seguem a mesma tendência, só que de olho no mercado internacional do petróleo e nos conflitos no oriente médio”, emenda. Em 13 de julho, o derivado de petróleo custava, em média, R$ 5,94, e o de cana-de-açúcar saía por R$ 3,92.
Em Ribeirão Preto, os postos bandeirados estão vendendo o litro da gasolina entre R$ 6,19 e R$ 6,39, com R$ 6,29 de média, e o do etanol entre R$ 4,09 e R$ 4,29, com média de R$ 4,19. Nos sem-bandeira, a gasolina custa entre R$ 5,89 e R$ 6,09, com média de R$ 5,99, enquanto o etanol varia de R$ 3,87 a R$ 4,03, com média de R$ 3,97
Segundo a pesquisa mais recente, realizada entre 4 e 10 de agosto, o litro da gasolina vendida em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 6,11 (mínimo de R$ 5,85 e máximo de R$ 6,49). Está 2,86% acima dos R$ 5,94 de 13 de julho, acréscimo de R$ 0,17. Também subiu 0,49% em relação aos R$ 6,08 da semana anterior (piso de R$ 5,85 e teto de R$ 6,39), aporte de R$ 0,03.
O litro do etanol custa, em média, R$ 4,05 (mínimo de R$ 3,89 e máximo de R$ 4,39), aumento de 3,32% e acréscimo de R$ 0,13 em comparação com os R$ 3,92 de julho. Porém, houve leve queda de 0,25% em relação aos R$ 4,06 do período entre 28 de julho e 3 de agosto (piso de R$ 3,95 e teto de R$ 4,39), desconto de apenas R$ 0,01.
Os números da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única) indicam que , na metade de julho, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,55 bilhões de litros, sendo 1,60 bilhão de litros (+8,25%) de etanol hidratado e 947,14 milhões de litros (-3,73%) de anidro. No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de agosto, a fabricação do biocombustível totalizou 15,69 bilhões de litros (+8,66%), sendo 9,95 bilhões de etanol hidratado (+19,41%) e 5,74 bilhões de anidro (-6,00%).
A produção de açúcar na segunda quinzena de julho totalizou 3,61 milhões de toneladas, registrando queda de 2,16% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2023/2024 (3,69 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 1º de agosto, a fabricação do adoçante totalizou 20,75 milhões de toneladas, contra 19,22 milhões de toneladas do ciclo anterior (+7,98%).
Paridade – O litro do diesel custa, em média, R$ 6,00 (mínimo de R$ 5,69 e máximo de R$ 6,49). A paridade entre o etanol e a gasolina está em 66,28%, abaixo do limite – atingiu 80,5% no final de 2021. Ainda é vantajoso abastecer com álcool porque esta relação não supera 70%. A gasolina aditivada sai por R$ 6,20 (mínimo de R$ 5,95 e máximo de R$ 6,59). O litro do óleo diesel S-10 custa R$ 6,04 (piso de R$ 5,69 e teto de R$ 6,49).
Média – Segundo a ANP, o preço do etanol de Ribeirão Preto está 0,74% abaixo ao da média nacional, de R$ 4,08 para o derivado da cana-de-açúcar, desconto de R$ 0,03. A gasolina está 0,33% mais barata: R$ 0,02 a menos que os R$ 6,13 do restante do país.
O etanol ribeirão-pretano está no mesmo patamar ao da média estadual, de R$ 3,92. A gasolina está bem mais cara em Ribeirão Preto: supera a mediana paulista em 3,21% mais, acréscimo de R$ 0,19 em relação aos R$ 5,92 do restante do estado, segundo a ANP.
Usinas – O preço do álcool combustível voltou a cair nas usinas paulistas após duas altas seguidas. O valor do hidratado está abaixo de R$ 2,60, mas “encostou” nos R$ 3,90 no final de 2021. Na sexta-feira, 16 de agosto, recuou de R$ 2,6332 para R$ 2,5977 por litro, queda de 1,35%.
Já o valor do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – recuou 2,15% no período, de R$ 3,0121 o litro para R$ 2,9473/litro, em média. Os dados foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Valores médios: Ribeirão Preto
Gasolina: R$ 6,11
Gasolina aditivada: R$ 6,20
Etanol: R$ 4,05
Diesel: R$ 6,00
Diesel S10: R$ 6,04
Período: de 04 a 10 de agosto
Fonte: ANP