Após quase dois meses com os preços congelados, desde 12 de janeiro, e em meio a pressões para não trazer a volatilidade do mercado externo para o Brasil, a Petrobras anunciou aumento de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% para o óleo diesel em suas refinarias, reduzindo assim a defasagem da estatal em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%. O preço do gás de cozinha subiu 16% .
Vale a partir de hoje
Os novos valores começam a valer nesta sexta-feira, 11 de março. O comerciante que reajustou os preços ontem cometeu crime contra a economia. “Após 57 dias, a Petrobras fará ajustes nos preços de gasolina e diesel”, informa a empresa em nota. O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, acréscimo de R$ 0,61.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,44 por litro.
Diesel
Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passa de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, aporte de R$ 0,90. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba.
A variação chega a R$ 0,81 por litro. A Petrobras informa ainda, que apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo.
Ribeirão Preto
Segundo a Central de Monitoramento do Núcleo Postos Ribeirão Preto, entidade setorial que reúne 85 donos de postos de combustíveis da cidade, o litro da gasolina deve ter aporte de R$ 0,60 na cidade. Como alguns postos já cobram até R$ 7 (R$ 6,999), o litro do produto saltará para cerca de R$ 7,60 (R$ 7,599). O diesel, que chega a custar R$ 5,90 (R$ 5,899), vai passar para R$ 6,80 (R$ 6,799).
Na tarde de ontem havia fila para abastecer nos postos. Os preços do etanol, da gasolina e do diesel já sofreram alterações nas bombas de Ribeirão Preto nesta semana. Desde terça-feira (8), o álcool hidratado está cerca de R$ 0,10 mais caro tanto nos postos bandeirados e também nos sem-bandeira. A justificativa de distribuidoras e comerciantes é a tensão que o mercado enfrenta devido à guerra entre Rússia e Ucrânia.
Com o preço do petróleo em alta, a demanda pelo combustível derivado da cana-de-açúcar aumentou. Os preços do litro da gasolina e do diesel também subiram R$ 0,10, em média. O álcool combustível custa R$ 4,30 (R$ 4,299) nos franqueados, mas há locais onde ainda é vendido por R$ 4,20 (R$ 4,199).
Alguns postos já praticam valor mais elevado, de R$ 4,50 (ou R$ 4,497), alta de 2,3%. O preço médio da gasolina nos postos bandeirados agora é de R$ 6,60 (R$ 6,597), ante R$ 6,50 (R$ 6,497) do início da semana, aumento de 1,5%. Nos sem-bandeira, o litro do etanol saltou de R$ 4 (R$ 3,999) para R$ 4,08 (R$ 4,079), aumento de R$ 2% e acréscimo de R$ 0,08.
A média para a gasolina é de R$ 6,20 (R$ 6,199). O consumidor deve pesquisar porque há variação para mais e para menos tanto nos bandeirados quanto nos independentes. Com base nos valores de R$ 4,40 para o derivado da cana e de R$ 6,60 para o do petróleo, a paridade está em 66,6% e já é mais vantajoso abastecer com álcool, já que o limite é de 70%.
O preço da gasolina aditivada (R$ 6,342) caiu e o do óleo diesel (R$ 5,511) e do diesel S-10
(R$ 5,660) subiram. No ano passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da gasolina avançou 47,49% no país.
O etanol acumulava 62,23% de alta no mesmo período, ante 46,04% do diesel. Em janeiro, gasolina e etanol apresentaram deflação – os preços caíram, respectivamente, 1,14% e 2,84% – e o diesel subiu 2,38%. No acumulado em doze meses, a gasolina sobe 42,71%, o álcool avança 54,95% e o diesel, 45,72%.
Valores médios:
Ribeirão Preto
Gasolina: R$ 6,219
Gasolina aditivada: R$ 6,387
Etanol: R$ 4,009
Diesel: R$ 5,511
Diesel S10: R$ 5,660
Período: entre 27 de fevereiro e 5 de março
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
ANP ainda não constatou alta
Apesar da alta desta semana, o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não constatou o reajuste. Ao contrário, a pesquisa realizada entre 27 de fevereiro e 5 de março aponta que os preços do etanol e da gasolina recuaram na maioria dos mais de 200 postos de Ribeirão Preto.
De acordo com a pesquisa, o preço médio do litro do álcool hidratado está abaixo de R$ 4,05. A gasolina custa menos de R$ 6,30. O preço médio cobrado pelo litro do etanol passou de R$ 4,080 para R$ 4,009, queda de 1,7% em relação ao dia 26 de fevereiro, depois de chegar a R$ 5,199 em 13 de novembro – o maior valor da história desde que a agência passou a pesquisar preços no município. O preço do litro da gasolina agora custa, em média, R$ 6,219.
O recuo é de 1% em comparação com os R$ 6,283 cobrados anteriormente. Lembrando que este é o preço médio, ou seja, tem posto cobrando mais ou menos pelo produto. Depois de mais de seis meses, a paridade entre os derivados de cana-de-açúcar e de petróleo voltou a ficar abaixo de 70%. Agora está em 64,5%, depois de passar semanas acima de 80% – chegou a 80,5% no dia 13 de novembro.
Etanol sobe nas usinas
Nas usinas paulistas, o álcool combustível voltou a subir. Desta vez, a alta foi de 1,81% e pode ter reflexo nas bombas. O valor do hidratado fechou a semana acima de R$ 2,90, depois de “encostar” nos R$ 3,90 no final de 2021. Saltou de R$ 2,8692 para R$ 2,9211.
O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – avançou 0,59%. Fechou a semana acima de R$ 3,20. Passou de R$ 3,2027 para R$ 3,2217. Os dados foram divulgados na sexta-feira, 4 de março, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).