A greve dos caminhoneiros autônomos, que durante dez dias provocou desabastecimento e alta generalizada dos combustíveis, acabou há um mês, mas somente o valor cobrado pelo litro do óleo diesel recuou nas bombas. Na maioria dos mais de 200 postos de Ribeirão Preto, os preços da gasolina e do etanol ainda estão lá em cima, apesar das constantes quedas nas refinarias anunciadas nos últimos dias pela Petrobras e pela retração nas usinas paulistas.
Nesta segunda-feira, 25 de junho, alguns postos bandeirados já vendiam o litro da gasolina por R$ 4,70 (R$ 4,698). Na maioria, no entanto, o preço do produto oscilava entre R$ 4,50 (R$ 4,449) e R$ 4,60 (R$ 4,599). Nos sem-bandeira, o valor médio era de R$ 4,20 (R$ 4,199), mas alguns negociavam o derivado de petróleo por R$ 4,40 (R$ 4,399). A variação entre o maior preço (franqueados) e o menor (independentes) chega a 11,9%, diferença de R$ 0,50. Para encher um tanque de 50 litros o consumidor vai pagar entre R$ 210 e R$ 235.
A gasolina sem tributo nas refinarias da Petrobras acumula queda de 10,7% em 30 dias. No entanto, ontem a estatal anunciou que o preço médio do litro, que entra em vigor nesta terça-feira (26), será de R$ 1,8783, alta de 0,80% ante o atual de R$ 1,8634. O consumidor tenta entender por que as quedas demoram a chegar nas bombas e os aumentos são imediatos. A desculpa do estoque antigo, curiosamente, só vale quando o preço cai.
A situação não é diferente para o etanol. Apesar de as produtoras terem deixado de moer 13 milhões de toneladas de cana-de-açúcar durante a greve dos caminhoneiros, os preços recuaram nas usinas paulistas, mas a queda não chegou às bombas. Há vários postos bandeirados de Ribeirão Preto vendendo o litro do produto a R$ 2,80 (R$ 2,798).
Em outros, custa R$ 2,60 (R$ 2,597), em alguns R$ 2,70 (R$ 2,699). Nos sem-bandeira, a média é de R$ 2,38 (R$ 2,379), mas há locais onde é vendido por R$ 2,45 (R$ 2,449), em outros a R$ 2,50 (R$ 2,499). A variação entre o maior preço (franqueados) e o menor (independentes) chega a 17,6%, diferença de R$ 0,42. Para abastecer um tanque de 50 litros, o consumidor terá que desembolsar entre R$ 119 e R$ 140.
Segundo o Centro de Pesquisas Econômicas (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) – vinculada à Universidade de São Paulo (USP), – entre os dias 15 e 22 de junho, o valor do litro do hidratado despencou 5,28% nas unidades produtoras, de R$ 1,6491 para R$ 1,5621, ainda elevado para época de safra. Já o litro do álcool anidro – adicionado à gasolina em 25% – caiu 1,71%, de R$ 1,8333 para R$ 1,8019.
Considerando os valores médios de R$ 2,70 para o etanol e R$ 4,60 para gasolina nos bandeirados e de R$ 2,38 e R$ 4,20 nos sem-bandeira, respectivamente, ainda é mais vantajoso abastecer com álcool, já que a paridade está em cerca de 56,5% – deixa de ser vantagem encher o tanque com o derivado da cana quando a relação chega a 70%.
Os postos da cidade já oferecem o litro do diesel com o desconto de R$ 0,46 determinado pelo governo federal. Nos sem -bandeira custa em média R$ 3,21 (R$ 3,209), e nos bandeirados “sai” por R$ 3,44 (R$ 3,497). Para encher um tanque de 100 litros o caminhoneiro vai pagar entre R$ 320 e R$ 344.
Segundo a mais recente pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada em 108 cidades paulistas entre 10 e 16 de junho – os valores da semana passada não haviam sido atualizados até as 21 horas de ontem – o preço médio da gasolina na cidade é de R$ 4,412, o litro do etanol custa cerca de R$ 2,631 e o do diesel, R$ 3,266.
Valores médios cobrados em RP
GASOLINA
Bandeirados: entre R$ 4,50 e R$ 4,70
Sem-bandeira: entre R$ 4,20 e R$ 4,40
Preço médio da ANP: R$ 4,412
ETANOL
Bandeirados: entre R$ 2,60 e R$ 2,80
Sem-bandeira: entre R$ 2,38 e R$ 2,50
Preço médio da ANP: R$ 2,631
DIESEL
Bandeirados: R$ 3,44 (média)
Sem-bandeira: entre R$ 3,20 (média)
Preço médio da ANP: R$ 3,266