O preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, já subiu 68% desde junho – 84% no ano –, quando a Petrobras criou uma regra de correção automática do valor do produto, aplicada no dia 5 de cada mês. Desconfortável com o impacto desta magnitude no preço de um produto que ninguém pode abrir mão de consumir, do mais pobre ao mais rico, a estatal está decidida a rever sua própria política.
Ainda não se definiu a nova fórmula, mas já foram fixados alguns parâmetros. Por exemplo, a correção do preço não deverá mais ser mensal. Com isso, evita-se a incorporação de aumentos de preços do gás no mercado internacional, sujeitos a grandes variações no curto prazo. Em junho, a Petrobras anunciou que, a partir do dia 5 daquele mês, o preço do gás nas refinarias da empresa seguiria uma regra fixa.
Seria determinado pela cotação do gás butano e propano no mercado europeu, convertido pela média diária das cotações de venda do dólar pelo Banco Central, acrescida uma margem de 5%. A regra demonstrou ser um castigo para o consumidor. Não está claro ainda se a mudança em estudo vai implicar, em algum momento, na reversão dos aumentos já praticados. Mas, provavelmente, seus efeitos serão diluídos ao longo do tempo. Também não se pensa em voltar à política anterior, que mantinha congelado por longos períodos o preço do gás.
De janeiro de 2003 a agosto de 2015, o preço do gás de cozinha nas refinarias da Petrobras ficou congelado. Nem por isso o preço deixou de subir para o consumidor: 56,8% naquele período. Está demonstrado que o preço para o consumidor sobe mesmo quando não há aumento nas refinarias da Petrobras. E desconfia-se que o preço para o consumidor pode não cair, mesmo que a Petrobras decida reduzir o valor de venda aos distribuidores.
O último reajuste no preço do GLP para uso residencial, envasado pelas distribuidoras em botijões de até 13 quilos (GLP P-13), foi de 8,9%, em média. Em Ribeirão Preto, que lidera o ranking da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor saltou para R$ 85 em alguns bairros.
A cidade já vende o GLP mais caro do Estado. Segundo o último levantamento da ANP, realizado entre 26 de novembro e 2 de dezembro, o valor do gás de cozinha ribeirão-pretano é de R$ 76,86 (mínimo de R$ 65 e máximo de R$ 78). Neste ano o preço subiu cerca de 70% na cidade. Hoje varia de R$ 75 a R$ 83 – a entrega em domicílio também tem uma taxa adicional.