Por Guilherme Sobota
A espera está próxima do fim: a 8ª e última temporada de Game of Thrones estreia no dia 14 de abril na HBO. Com apenas seis episódios (de duração maior do que a habitual), a série tem de amarrar os fios narrativos que foram abertos durante os últimos anos e carrega a difícil missão de agradar fãs e críticos de uma produção que se tornou a maior da TV (de todos os tempos, é possível).
São 47 prêmios Emmy – o maior número para qualquer série roteirizada – e uma média de 30 milhões de espectadores apenas nos EUA, em todas as plataformas: no Brasil e em outros 170 países, a série também é exibida pelo HBO Go, o streaming da emissora. Isso tudo sem contar a pirataria: desde 2012 a série é a líder nos sites de torrent.
Desde o início, em 2011, a série construiu seu arco principal ao redor do Trono de Ferro – quem é o reclamante legítimo do mais alto cargo da nobreza de Westeros sempre foi (e continua sendo) uma questão em debate. Mas aos poucos o foco foi se movendo para além da Muralha, ao norte do continente: aos Caminhantes Brancos e a seu enorme exército de mortos vivos que se multiplica, fortalece e aproxima.
A última cena que vimos da série foi o Rei da Noite – o misterioso vilão cujas motivações ainda são completamente obscuras – montado em seu dragão de gelo derrubando a Muralha que por milhares de anos protegeu os humanos. O que vai acontecer agora?
Os atores já sabem, mas os segredos de Thrones sempre foram bem guardados. Na coletiva de imprensa de divulgação da última temporada, em fevereiro, com participação do jornal O Estado de S. Paulo, jornalistas tentaram arrancar informações, mas o treinamento de mídia é poderoso.
“Pode parecer que somos preciosistas fazendo isso”, disse Liam Cunningham (Davos Seaworth). “Mas um dos aspectos da série são as enormes surpresas que aparecem na tela.”
Provocado sobre o fim de tudo, o ator norueguês Kristofer Hivju (Tormund Giantsbane) comentou que Thrones criou a possibilidade de estar aberto a qualquer desdobramento depois de matar o protagonista antes do fim da primeira temporada. “A vida não é previsível. As coisas acontecem. É uma forma brilhante criar um personagem e depois distribuir o amor que as pessoas nutriam por ele para seus herdeiros.”
Rory McCann (Sandor Clegane, Cão de Caça) conta que a leitura final do roteiro com a equipe resultou numa ovação de 10 minutos para os criadores David Benioff e D. B. Weiss. “Nem todo mundo vai ficar feliz, mas adivinhem, quem escreveu foram eles”, provocou. Com um toque de humor, comentou: “Nunca mais vou estar numa produção assim. Minha carreira é ladeira abaixo (risos)”.
Para a jovem Maisie Williams (Arya Stark), envolvida na série há 10 anos, desde que tinha 11, porém, o futuro é uma promessa.
“Depois que você passa a ser pago para fazer o que ama, há muita pressão. Às vezes só é legal ser criativo de um jeito e se sentir vivo, e é assim que estou me sentido nos últimos seis meses.”
Uma das intérpretes mais queridas por conta da insolência de Arya nas temporadas inicias, Williams surpreendentemente diz se sentir uma atriz menos habilidosa agora. “Vejo algumas coisas da temporada um e me pergunto como fiz aquilo. Eram emoções reais. Havia uma verdade e uma ingenuidade sobre o mundo, eu era aquela garota. Com o tempo a gente perde o espanto. No teste para o papel eu tinha furos nos jeans. Agora uso roupas realmente caras (risos).”
GoT mudou a vida de muitos: a esperança é que ela siga mudando depois de 14 de abril.