Por José Maria Tomazela
Um galo foi arrematado por R$ 154 mil num leilão realizado no último fim de semana, em Guareí, interior de São Paulo. O valor, suficiente para comprar cinco carros populares, não foi pago por um galo qualquer. Hokaido, como é chamada a ave da raça índio gigante, tem 1,24 m de altura, 11 meses de idade e pesa 6,5 quilos, segundo o vendedor e criador Felipe Godinho, que também é presidente da Associação Nacional de Amigos e Criadores de Galo Índio Gigante (Amacig).
“Não sei de outro galo que tenha alcançado esse valor, mas este é o maior índio gigante do Brasil, com as melhores características da raça”, diz Godinho.
Ele conta que a raça índio gigante foi desenvolvida através do melhoramento genético do galo índio comum, em cruzamentos com galinhas caipiras. A ave é ornamental e muito apreciada pelos criadores pelo porte altivo. “Não se deve confundir com galo de briga. O índio gigante tem só porte, não é de briga.” A ave foi adquirida pelo criador Vagner Souza, de Sorocaba.
“Eu vi o Hokaido no site do leilão e fui a Guareí disposto a dar o lance que fosse preciso para tê-lo. Acho que foi um bom investimento, pois vou usá-lo em inseminação artificial para produzir ovos e pintinhos.” Souza espera vender cada filho do Hodaiko a R$ 1 mil e a dúzia de ovos a R$ 4 mil. “Crio há dois anos e o mercado para essa ave só está melhorando.”
No leilão, que atraiu compradores e criadores do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso e Pernambuco, além de todo o Estado de São Paulo, as vendas totalizaram cerca de R$ 500 mil. A franga Kiara, irmã de Hokaido, foi vendida por R$ 72 mil. Godinho conta que, no leilão do ano passado, o galo Loukura foi vendido por R$ 77 mil e a franga Madona, por R$ 42 mil. “Em nosso meio, esses preços não assustam. É como em leilões de gado e cavalo: as aves são valorizadas pelo tamanho, a beleza e as características da raça, como a crista bola (crista arredondada). O Hokaido tem tudo isso. É um galo perfeito.”