O Centro de Arte Contemporânea W (CAC W) inaugurou três exposições que fortalecem seu compromisso com a difusão de obras e artistas contemporâneos, cujo programa completa-se com oficinas práticas, debates, ações educativas, residências artísticas oferecidas a artistas em formação e uma pesquisa continuada sobre a obra da artista Weimar, fundadora do projeto. Os curadores são Josué Mattos e Yolanda Cipriano.
A exposição das obras de Helen Faganello, de Araçatuba, ficarão em cartaz até 18 de agosto. Já as produções de Rodrigo Bueno, de Campinas, e Weimar, de Ribeirão Preto, poderão ser vistas até 22 de setembro. A entrada é franca e a galeria atende às quintas e sextas-feiras das 14 às 18 horas e aos sábados das dez às 14 horas. A CAC W fica na rua Nélio Guimarães nº 1.300, Alto da Boa Vista na Zona Sul de Ribeirão Preto. Mais informações pelo telefone (16) 3623-2466 ou pelo e-mail [email protected].
Helen Faganello (Araçatuba, 1949) apresenta “Alocasia Negra em Flora Brasiliensis”, composta por pinturas, desenhos e esculturas. A série de obras reúne um conjunto de autorretratos em que a artista porta um terrário com a planta que intitula a exposição, um elemento tomado como figura de linguagem que faz do corpo o portador de estruturas complexas, como é o caso do planeta terrário-terra. A segunda parte do título de sua exposição faz menção ao livro homônimo, editado entre 1859 e 1906 pelo botânico Karl Friedrich Philipp von Martius, no qual a artista se deparou com pranchas litografadas e repetiu o processo do editor, que consistiu em inserir espécies catalogadas entre 1817 e 1820.
Rodrigo Bueno (Campinas, 1967) mantém o ateliê Mata Adentro, em São Paulo, onde realiza projetos que ele apresenta como iniciativas para “tecnologias do encontro”. Em “Hora do Levante”, sua primeira exposição individual em Ribeirão Preto, reconfigura o espaço do CAC W com ações de longa duração, que interferem na arquitetura do jardim com plantas de poder, louros, arrudas, babosa, espada de São Jorge, cultivadas pelos cantos e bancadas. Estes ambientes são definidos pelo artista como espaços “em que a coleta, o cultivo e a cura ativam a sensibilidade e a memória ao longo da montagem.”
Weimar (Ribeirão Preto, 1945) apresenta a instalação “Transcurso”, composta por cartas transcritas e registros áudios, objetos pessoais, retratos que se sobrepõem, como que a gerar lembranças comuns a todo ser vivo, transformando em quietude, verbo e poesia o ato e a experiência do luto. Com um conjunto de obras que se debruçam sobre o transcorrer do tempo, sobre suas marcas e presságios, a instalação recorre ao diálogo com o outro a partir de algo que nos aproxima, a saber, nossa experiência de consumidores de tempo que vê, ao longo do consumo, sua própria existência consumida.