Os 18 aquecedores da piscina olímpica Luiz Antônio Musa Julião, no Complexo Esportivo Elba de Pádua Lima – Tim, a popular Cava do Bosque, estão desligados desde dezembro do ano passado e deverão permanecer assim por mais tempo. O pregão eletrônico nº 048/2022, lançado pela prefeitura de Ribeirão Preto para restabelecer a energia dos equipamentos e garantir a manutenção em trocadores de calor, foi considerado deserto. Ou seja, não teve interessados.
O restabelecimento da energia será necessário porque, segundo a Secretaria Municipal de Esportes (SME) informou ao Tribuna, os fios que interligavam os aquecedores à rede de energia elétrica foram furtados no mês de dezembro. A publicação do resultado fracassado da licitação está no Diário Oficial do Município (DOM) de segunda-feira, 18 de abril. Por enquanto, só tem água fria.
O pregão era destinado exclusivamente a microempresas, empresas de pequeno porte e microempreendedor individual, conforme a lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. O valor máximo estimado pela contratação era de R$ 18.117.67 com vigência de 30 dias. Os aquecedores da piscina da Cava do Bosque foram ligados pela primeira vez em 13 de agosto de 2020, após seis anos de espera.
Cedidos para a prefeitura em junho de 2014 – durante a segunda gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) – pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), os aquecedores não chegaram a ser instalados na época. Por causa dessa demora por parte da prefeitura, em 2015 a entidade anulou a doação e realocou os aparelhos para a cidade de Rio Claro (SP).
O Sesi alegava que os equipamentos não estavam sendo usados por Ribeirão Preto. Naquele período, os fios dos equipamentos também chegaram a ser furtados. Em 2017, no primeiro mandato do prefeito Duarte Nogueira (PSDB), o então secretário municipal de Esportes de Ribeirão Preto, Ricardo Aguiar – atual secretário da Casa Civil –, foi a São Paulo conversar com o diretor da entidade para solicitar o retorno dos aquecedores a Ribeirão Preto e eles acabaram devolvidos à cidade.
Também em março daquele ano, em reunião em Brasília, o então ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, o deputado federal Baleia Rossi (MDB) e o vereador Igor Oliveira (MDB) anunciaram a destinação de uma verba de R$ 250 mil para a instalação dos 18 aquecedores, que custou R$ 210.165,12, incluindo a troca dos gradis em volta da piscina.
Nesta terça-feira, dia 19, a prefeitura afirmou ao Tribuna que abrirá uma nova licitação para contratar uma empresa para recolocar a fiação elétrica. O prefeito Duarte Nogueira (PSDB), em reunião com o agora governador de São Paulo, o também tucano Rodrigo Garcia, em 26 de janeiro, solicitou investimentos, na ordem de R$ 1 milhão para reforma, adequação e modernização do Complexo Esportivo Elba de Pádua Lima.
Nos últimos cinco anos, o complexo esportivo recebeu importantes eventos como a realização do II Campeonato Mundial de Futsal Down e a Super Liga de Vôlei. Além disso, a pista de atletismo foi reformada e modernizada para atender atletas profissionais e amadores.
Em setembro do ano passado, a Secretaria Municipal de Esportes estava finalizando o projeto para renovação do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) de todo o complexo da Cava do Bosque. A prefeitura também proibiu o uso do Ginásio Gavino Virdes da Cava do Bosque para shows musicais, encontros religiosos ou outros eventos com reunião de público que utilizem a quadra.
A proibição foi estabelecida devido ao piso colocado no local, que pode sofrer danos com este tipo de evento. Em 2021, após 34 anos de sua instalação, a pista de atletismo Professor Geraldo de Pádua Melo da popular Cava do Bosque passou por obras de reforma. Com investimento de R$ 990.367,03, a Secretaria Municipal de Esportes modernizou a pista de atletismo e instalações elétricas.
Construída para ser o local das competições da 17ª edição dos Jogos Abertos do Interior, que seriam realizados em Ribeirão Preto, a Cava do Bosque vai completar 70 anos em 2022. Foi inaugurada em 13 de outubro de 1952 com a presença do então governador do Estado de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez.
No último dia 5, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto de lei que autoriza a prefeitura de Ribeirão Preto a assinar contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 97 milhões, para tirar 26 obras do papel, entre elas as de reforma e adequação da Cava do Bosque para obtenção do AVCB. O valor estimado é de R$ 500 mil.