Tribuna Ribeirão
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Furna da Onça – Fisco vai investigar citados pelo Coaf

ALAN SANTOS/PR

A Receita Federal vai fechar o cerco em torno dos deputados estaduais do Rio e servidores da Assembleia Legislativa do Esta­do envolvidos com movimen­tações financeiras consideradas atípicas pelo Conselho de Con­trole de Atividades Financeiras (Coaf). Entre os alvos, estão Flávio Bolsonaro (PSL) e seu ex-assessor Fabrício de Queiroz. A partir desta semana, o Fisco começa a fazer o cruzamento das informações levantados pelo Coaf com as declarações de Im­posto de Renda dos citados na Operação Furna da Onça.

A apuração envolve 27 de­putados e 75 servidores. Desse total, ao menos 28 funcioná­rios e ex-funcionários da Alerj possuem uma movimentação financeira no mesmo padrão da de Queiroz – com recebimentos de outros servidores da Alerj, saque e depósitos em espécie e em dias próximos ao pagamen­to do salário. O pente-fino será feito em conjunto entre as áreas de fiscalização e de inteligência da Receita e vai garantir o apro­fundamento das investigações pelo viés tributário. Servidores da Receita dizem que a lupa pode ajudar a esclarecer pontos de interrogação na investigação criminal.

A Receita consegue identifi­car, por exemplo, se uma empre­sa que eventualmente fez um de­pósito para um deputado ou seu assessor é de fachada. Dona do maior banco de dados da Amé­rica Latina, o órgão dispõe de informações que podem apon­tar se a firma tem funcionários, quantos e qual seu rendimento. A área de inteligência da Receita participou da primeira fase da Operação Furna da Onça, para a qual o Coaf produziu os relató­rios. A retomada da análise dos dados, desta vez cruzando as informações, é considerada no órgão como sequência natural desse trabalho. Se o cruzamento aponta incoerência entre as ope­rações financeiras e a declaração de IR, a pessoa é autuada.

Dinheiro vivo
O relatório do Coaf mostrou que o filho do presidente Jair Bolsonaro recebeu em sua conta depósitos fracionados no valor de R$ 2 mil cada no total de R$ 96 mil, além do pagamento de tí­tulo da Caixa de R$ 1 milhão. Os dois casos estariam relaciona­dos à compra de imóveis. Flávio disse em entrevista que recebeu R$ 96 mil em dinheiro vivo. A Receita tem como investigar se essa explicação é coerente com os fatos cruzando os dados dele e do vendedor.

Com relação a Queiroz, o Coaf identificou movimenta­ções suspeitas numa conta que movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Além disso, as infor­mações do Coaf revelam que ele recebeu pagamento em sua conta de ao menos oito funcio­nários do gabinete de Flávio. Em outros dois anos Queiroz teria movimentado R$ 5,8 mi­lhões. Nesse período, ele ainda trabalhava para Flávio na Alerj. Queiroz repassou ainda R$ 24 mil para a conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Na época, o presidente justificou que era pagamento de um em­préstimo que ele havia feito a Queiroz e que usou a conta da mulher porque não tinha tem­po para ir ao banco.

Uma fonte da Receita diz que esse é um dos detalhes que será apurado no pente-fino. Queiroz será chamado a escla­recer o repasse feito para a pri­meira-dama. Se confirmar que se trata de um empréstimo de Bolsonaro, terá de demonstrar como ele recebeu esse dinheiro do presidente. Nesse caso, será checado se o valor saiu mesmo da conta de Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou na manhã desta quarta-feira (23), à TV Bloom­berg, que, se ficar provado que o filho mais velho dele come­teu algum ilícito, ele terá de pagar o preço. A entrevista foi concedida pela manhã em Da­vos, na Suíça, durante o Fórum Mundial. “Se por ventura ele vier a errar, se for comprovado, eu lamento como pai, mas vai pagar aí o preço dessa ação que nós não podemos coadunar”, disse o presidente.

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