Por João Luiz Sampaio, Especial para o Estadão
Seis músicos da Orquestra Jazz Sinfônica foram demitidos, na tarde de terça-feira, 13, pela Fundação Padre Anchieta, entidade responsável pela gestão do grupo. A justificativa fala em “motivos administrativos”. A associação de artistas da orquestra questionou a decisão em comunicado distribuído pelas redes sociais.
“Em plena pandemia recebemos hoje a notícia de que seis músicos foram demitidos, entre eles quatro idosos e duas representantes da orquestra”, diz o texto. “O termo ‘motivos administrativos’ não diz nada. Na verdade, os critérios são obscuros, transparecendo uma discriminação em relação aos idosos e perseguição às representantes da orquestra.”
Procurada pelo Estadão, a Fundação Padre Anchieta informou, por e-mail, que as demissões são “substituições técnicas para a reestruturação da Orquestra”. “A Orquestra realizou substituição de alguns poucos músicos. O número de músicos permanecerá o mesmo, apenas com substituições.” A fundação não deu detalhes sobre os critérios da reestruturação e de quando os postos serão preenchidos.
A Associação dos Amigos e Músicos da Jazz Sinfônica pede a reversão da decisão e questiona a decisão de demitir membros de sua administração. “A AMO é reconhecida pelo governo do Estado de São Paulo, pela Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa e pela Fundação Padre Anchieta como legítima representante dos músicos, fato comprovado e corroborado pela participação no contrato de gestão firmado entre a secretaria e a fundação, assinado pela AMO como interveniente/anuente, ocasião na qual ficou responsável pela aprovação e intermediação da contratação dos músicos quando da ida da orquestra à Fundação Padre Anchieta.”