Tribuna Ribeirão
Cultura

Fundação do Livro adia novo projeto

A poesia como ferramenta de consciência crítica, arte, en­tretenimento e reflexão. Esses são alguns dos propósitos do novo projeto “Revolução Po­ética – Festival de Ideias” da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, que estava agendado para esta semana, de 25 a 27 de março, mas foi adia­do para abril por causa do “lo­ckdown” e da fase emergencial do Plano São Paulo.

Segundo comunicado, por causas das restrições “a fundação fica impossibilitada de organizar os preparativos para o festival, bem como sua equipe não terá como dar continuidade às capta­ções presenciais de imagens e gravações necessárias para transmitir o evento online”.

Segundo a instituição, o even­to será realizado entre 25 e 27 de abril, com o mesmo formato digi­tal e transmissão pela plataforma da fundação, das 19 às 23 horas, com a participação de diversos ar­tistas e intelectuais ligados à poesia e a manifestações relacionadas ao fazer poético.

Estão confirmados para o “Revolução Poética – Festival de Ideias” nomes como Philip Fearnside, Leo Otero, Acade­mia Livre de Música e Arte (Alma), Tânia Alonso, Thais Foresto, Alexandre Ribei­ro, Manuela Salau Brasil, De Lucca Circus, Coletiva Sarau DisseMinas, Ni Brisant, Al­fredo Pena-Vega, Leser MC e Maria Adélia de Souza, entre outros. A transmissão acon­tecerá na plataforma digital www.fundacaodolivroeleitu­rarp.com e nos canais da fun­dação nas redes sociais.

O projeto vai acontecer no palco do Instituto SEB – A Fábrica, no Centro Velho de Ribeirão Preto (a popular “Baixada”), mas, por conta da pandemia, seguirá normas e protocolos rígidos de segu­rança, com participação do público apenas pela internet. O objetivo da Fundação do Livro e Leitura é valorizar a poesia como linguagem e ma­nifestação artística como um gatilho para a formação de leitores conscientes e críticos.

Também quer propiciar cultura de qualidade durante a pandemia do novo corona­vírus, estimulando o público a consumir arte e cultura, dentro de casa, cumprindo a necessidade de distancia­mento e isolamento sociais. O projeto tem em sua base as ideias e reflexões do antro­pólogo, filósofo e sociólogo francês Edgar Morin, home­nageado especial da 20º edi­ção da Feira Internacional do Livro (FIL), promovida pela Fundação do Livro e Leitura.

Segundo o autor em sua obra “A Via”, a vida estaria di­vidida entre o estado prosaico, em que se encaixariam o tra­balho, a rotina e as atividades frias e mecânicas; e o estado poético, de grande carga emo­cional, em que as artes são o cerne e o fim. Adriana Silva, curadora da 20ª FIL, vice-pre­sidente da fundação e idealiza­dora do projeto, comenta que o festival coloca em evidência o poder da poesia que, segun­do ela, nada mais é do que o poder da palavra crítica.

“A poesia deixou de ser uma linguagem só melodiosa ou romântica. A poesia tem o poder de incitar a reflexão, de fazer com que as pessoas pensem sobre temas. É o ver­dadeiro poder da palavra, no caso, a palavra bonita”, explica. O “Revolução Poética – Festi­val de Ideias” obteve o edital do Programa de Ação Cultu­ral (ProAC) Expresso Lei Al­dir Blanc (LAB) 40/2020.

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