Por Marcos Leandro, especial para o Estadão
Colaboradores do estúdio de animação Pixar fizeram uma carta aberta alegando que executivos da Disney censuram cenas de afeto entre pessoas do mesmo sexo nos filmes. Segundo a revista Variety, que teve acesso ao documento, a declaração é feita por funcionários LGBTQ+ e aliados da causa.
A denúncia também é uma resposta ao CEO da Disney, Bob Chapek, em relação ao projeto de lei conhecido como “Don’t Say Gay” (Não Diga Gay, em tradução livre), que foi aprovado recentemente na Flórida (EUA).
Essa legislação tem como objetivo impedir que escolas e professores reconheçam a existência de pessoas LGBTQ+. O que causou ainda mais revolta foi a revelação de que a Disney apoia financeiramente políticos favoráveis ao projeto.
Em um memorando enviado a toda empresa, Chapek disse que o maior impacto que a Disney poderia causar na criação de um mundo mais inclusivo é através de um “conteúdo inspirador”.
No entanto, segundo os funcionários, essa declaração não condiz com a realidade. “Nós da Pixar testemunhamos pessoalmente belas histórias, cheias de diversos personagens, voltando de críticas corporativas da Disney reduzidas a migalhas do que eram antes”, diz a carta.
Eles também pedem que a companhia acabe com o financiamento aos políticos que apoiam o projeto de lei.
Após as críticas, Chapek anunciou que a empresa vai doar US$ 5 milhões para campanhas de Direitos Humanos e organizações em prol da comunidade LGBTQ+. Além disso, o CEO afirmou que vai se reunir com o governador da Flórida, Ron DeSantis, para discutir sobre essa legislação.