Tribuna Ribeirão
Economia

FUNCIONALISMO PÚBLICO – Prefeitura descarta reajuste de 10,8%

O governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) só vai começar a discutir os itens econômicos da pauta de reivindicações apresen­tada pelo Sindicato dos Servido­res Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP) se a categoria baixar o pedido. A informação foi passada ao presidente da entidade, Laerte Carlos Augusto, na tarde desta segunda-feira, 26 de março, du­rante reunião na sede da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano.

Os sindicalistas sequer ou­viram uma contraproposta – a comissão de negociação da pre­feitura, composta pelos secretá­rios municipais Manoel Saraiva (Fazenda), Edsom Ortega (Pla­nejamento), Nicanor Lopes (Casa Civil e Governo) e Antonio Daas Aboud (adjunto da Casa Civil), alega que a folha salarial subiu 12,2% entre janeiro de 2017 e o mesmo período deste ano, por isso a administração não tem como conceder os 10,8% pedidos pelos servidores.

De acordo com a Comissão de Política Salarial da prefeitura, o percentual de crescimento da folha de pagamento, de 12,2%, foi conseqüência do fim do prê­mio-incentivo e das mudanças feitas no Plano de Cargos, Car­reiras e Salários (PCCS) para compensar a perda da gratifica­ção, considerada inconstitucio­nal pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP).

Segundo representantes do Sindicato dos Servidores Muni­cipais, a administração munici­pal solicitou que a reivindicação seja reduzida para que a nego­ciação possa enfim começar. Nesta terça-feira, 27 de março, às 18 hora0, na sede da entida­de (rua XI de Agosto nº 361, Campos Elíseos), será realizada assembleia geral para que a ca­tegoria seja informada sobre o andamento das negociações.

A campanha salarial des­te ano foi lançada no dia 1º. A primeira discussão, marcada para sexta-feira (26), foi adiada porque, segundo a Comissão de Política Salarial, o sindicato não entregou a documentação solici­tada pela prefeitura. A data-base da categoria é 1º de maio, mas tradicionalmente a negociação com o governo começa com dois meses de antecedência.

O principal tópico da lista é o pedido de reajuste de 10,8%, mas a categoria também defende a volta do pagamento no último dia útil do mês trabalho, e não no quinto do subsequente, como acontece desde que Duarte No­gueira Júnior (PSDB) assumiu o governo em meio a uma das principais crises financeiras da história da cidade – e no epicen­tro do maior escândalo político de Ribeirão Preto.

O sindicato diz que a pau­ta – aprovada em assembleia geral em 26 de fevereiro – tem 21 itens gerais e mais 140 espe­cíficos de cada secretaria, autar­quia, Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) e Ser­viço de Assistência à Saúde dos Municipíários (Sassom), totali­zando 161 reivindicações.

No entanto, a prefeitura garante que, além da questão financeira, a lista traz mais 180 tópicos. A parte econômica re­quer reajuste salarial de 10,8% e o mesmo índice de reposição sobre o valor atual do vale-ali­mentação e da cesta básica nu­tricional dos aposentados.

O pedido dos trabalhadores faz referencia à correção da in­flação nos últimos doze meses, de 2,93% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA) do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – indexa­dor oficial –, mais aumento de 7,87% referente ao crescimento orçamentário na arrecadação.

A campanha salarial de 2018 tem como símbolo a figura de um jacaré. O mote é “Olha que eu viro bicho!”. No ano passado, após a mais longa greve da categoria, que durou 21 dias e terminou em me­ados de abril, os servidores aceita­ram reajuste salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de mar­ço e 2,34% para setembro. Tam­bém receberam uma reposição de 4,69% em parcela única retroa­tiva a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos aposentados. Nenhum dia foi descontado dos grevistas.

A pauta do ano passado ti­nha 149 itens. O principal era o pedido de reajuste de 13%. Em 2016, em plena crise financeira da prefeitura, o funcionalismo conseguiu aumento de 10,67%. O mesmo índice foi oferecido para o vale-alimentação e também para o auxílio nutricional dos aposen­tados e pensionistas.

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