O sambista Fulô Santos vai comemorar o aniversário de 50 anos com uma verdadeira ‘‘roda de bambas’’. Nesta sexta-feira, 24 de novembro, ele receberá, na Associação de Cabos e Soldados de Ribeirão Preto, Jorge Nei, o grupo Flor da Idade e um convidado muito especial: Noca da Portela, que já esteve na cidade em 2017 para o lançamento de seu mais recente CD, ‘‘Homenagens’’ – chegou às lojas em outubro de 2016.
O show ‘‘Festa 50 anos Fulô Santos’’ terá início às 20 horas de sexta-feira (24). A Associação dos Cabos e Soldados de Ribeirão Preto fica na rua Doutor Roberto Mange nº 234, nos Campos Elíseos. A mesa para quatro pessoas custa R$ 120. O telefone da entidade é o (16) 3904- 1500. Para mais informações sobre o show e ingressos, falar com Fulô Santos no telefone (16) 99234-2128.
Fulô Santos – Fulô Santos lançou, em 2015, o CD ‘‘Iluminado’’. Começou a carreira cantando em festas, apresentando-se em bares, clubes, feiras e exposições com o Grupo Kizomba. Foi intérprete de sambas-enredo na avenida de Ribeirão Preto, defendendo as escolas Tradição, Bambas, Aliados, Camisa 12 e também a Escola de Samba Liberdade, em Barretos.
Quando participou da Liberdade, gravou, a convite de seu compositor e presidente de honra Jr. Soares, no Rio de Janeiro, a antologia de sambas enredo da escola. Na oportunidade, trabalhou com arranjos e direção de Cláudio Jorge, da equipe de Martinho da Vila, numa gravação considerada histórica, pois tinha no coral a hoje famosa Martinália, Claudia Telles, Analimar e grandes nomes da percussão, entre outros.
Apresentou-se também nos anos 90 em Manágua e Nicarágua, países da América Central. Em 2011, participou do Concurso Carioca da Gema, na Lapa, do Projeto Sambaobá, ficando em quarto lugar, no estado do Rio de Janeiro. Muita estrada, muito suor e muitas batalhas foram vencidas para que esse notável sambista de voz grave, chegasse até esse momento de sua carreira.
Noca da Portela – Noca da Portela nasceu Osvaldo Alves Pereira em Leopoldina (MG). Filho do professor de violão Ernesto Domingos de Araújo, já aos 14 anos compôs o samba-enredo ‘‘Independência ou morte’’, para a extinta escola de samba Unidos do Catete, onde permaneceu por três anos. Ainda pequeno mudou-se para o Rio de Janeiro.
Seu pai, Ernesto Domingos de Araújo, era professor de violão e, preocupado com o futuro do filho, tentou demovê-lo da música, mas o ex-feirante Noca foi estudar violão e teoria musical na Ordem dos Músicos do Rio de Janeiro. Apesar da vida artística, não deixou de se envolver com política, tendo sido militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Compôs sambas-enredo e vários sambas de sucesso, gravados por cantores consagrados como ‘‘Virada’’, consagrado na voz de Beth Carvalho e considerado um símbolo da luta pela democratização do país. No final dos anos 90 apresentou, na Rádio 94 FM do Rio de Janeiro, o programa ‘‘Na Casa de Noca’’, onde entrevistava expoentes do samba e divulgava seus recentes trabalhos.
Já declarou ter mais de 300 músicas gravadas por quase todos os artistas brasileiros, além de parcerias com Paulinho da Viola, Jacskon do Pandeiro, Martinho da Vila, Nelson Gonçalves, Dona Ivone Lara, seus netos Diogão Pereira e Danielle Vilela, Nelson Cavaquinho e Colombo, o acadêmico Arnaldo Niskier, Délcio Carvalho, Toninho Nascimento e por aí vai.
Suas composições foram gravadas por artistas como Alcione, Paulinho da Viola, Maria Bethânia, Beth Carvalho, Elza Soares, Ataulfo Alves Júnior, Eliana Pittman, Jackson do Pandeiro, Nelson Sargento, Zé Keti, Guilherme de Brito e outros. ‘‘Homenagens’’, o mais recente CD de Noca da Portela, tem arranjos e regência do maestro Mauro Diniz.
As variadas emoções vividas em 63 anos de carreira e 84 de vida do cantor e compositor orientaram a escolha do repertório. O álbum traz 15 faixas ao estilo ‘‘Noca da Portela’’ de ser: brasileiro nato, amigo, politizado, bem-humorado, com fé em Deus e respeito a todas as raças e às mulheres. Homenageia cidades e estados como Bahia, São Paulo, Brasília, Minas Gerais, sua cidade natal e a cidade que o adotou, o Rio de Janeiro.