Depois de perder o apoio do PSB por pressão do PT e ficar isolado politicamente, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, atacou os petistas, na noite desta quarta-feira. em sabatina na Globonews. Para ele, o partido estaria “ensaiando uma valsa na beira do abismo” ao insistir na pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A burocracia do PT não está pensando no país. Virou religião. Agora o companheiro (João Pedro) Stédile (do MST) chamou seis companheiros para fazer greve de fome. Tem romaria. Na minha opinião, isso é caudilhismo do mais barato possível.
Ele se declarou surpreso com o tratamento “hostil” que o PT tem dado a ele e à sua candidatura.
“O PT entrou numa que eu tenho que respeitar, tenho que ter paciência. Mas, francamente, eu não sei o que eu fiz para merecer esse tipo de conduta, de desapreço e de hostilidade. Porque, se nós olharmos, eu até pago um certo preço, eu apoiei Lula todos os dias sem faltar nenhum ao longo dos últimos 16 anos – afirmou o presidenciável.
“Não sei o que fiz para merecer esse tipo de tratamento. Mas a vida é assim. O trabalho do cidadão é viabilizar-se e inviabilizar os adversários. Eu fui extremamente leal ao Lula”, acrescentou.
Ciro reconheceu que a perda do PSB é um “revés”, mas disse que não foi comunicado oficialmente da decisão e que ainda tem expectativa de revertê-la:
“Não recebi nenhuma carta, nenhum sinal de fumaça, nenhuma mensagem. Estou aguardando que se confirme isso. Se confirmar é um revés, mas não me abate nem me surpreende. Quando entrei nessa luta, sabia que era um cabra marcado pra morrer”.
Golpe
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) chamou o movimento petista que garantiu a neutralidade do PSB nas eleições nacionais de “providência golpista”. “Ninguém pode falar em golpe e praticar o golpe”, disse. O pedetista diz não saber o que fez para merecer um tratamento “tão desleal e tão traiçoeiro” por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT. “Esse comportamento está na base moral da corrupção”, completou.