Os moradores em situação de rua de Ribeirão Preto terão, a partir desta semana, um local para receber orientações sobre o coronavírus e os cuidados que precisam ter para evitar o contágio. Uma tenda com profissionais da saúde será instalada na praça Francisco Schmidt, localizada ao lado da Unidade Básica e Distrital de Saúde Doutor João Baptista Quartim (UBDS Central), na avenida Jerônimo Gonçalves.
O local foi escolhido devido à grande circulação de pessoas em situação de rua pela praça. O posto de orientação funcionará ininterruptamente. A Secretaria Municipal de Assistência Social também deverá participar das ações realizadas no local. Atualmente, a Semas está realizando ações descentralizadas em abordagem aos andarilhos pelos principais pontos de concentração desta população.
Estão sendo oferecidas orientações sobre os serviços socioassistenciais, noções básicas e produtos de higiene pessoal e métodos de prevenção contra a covid-19. Recente levantamento divulgado pela prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social e em parceria com o Instituto Limite, aponta que 11.618 atendimentos a pessoas em situação de rua foram realizados no período de junho de 2017 a dezembro de 2019 – dois anos e meio ou 30 meses.
Os números representam um total de 7.179 usuários cadastrados no Serviço de Abordagem Social (Seas) e 4.439 reabordagens de acompanhamento realizadas. O convênio foi assinado em 2017 com objetivo de realizar uma ação de cooperação mútua totalmente voltada ao trabalho social com pessoas em situação de rua.
De acordo com o relatório “Diagnóstico sobre o atendimento à população de rua”, realizado pela entidade, 2.441 abordagens e reabordagens foram realizadas em 2017, 4.488 em 2018 e 4.689 em 2019. Por mês, a média é de 206 abordagens ou reabordagens. A estimativa, segundo o documento, é de que existam na cidade cerca de mil pessoas em situação de rua de origem local – 982, ou 13,6% dos 7.179 cadastrados. Dentre os 982 ribeirão-pretanos, 846 são homens (86,15%) e 136 são mulheres (13,85%).
No total, são 6.425 homens (89,6%) e 754 mulheres (10,4%). O diagnóstico aponta, também, que a maioria das pessoas em situação de rua em Ribeirão Preto, além de ser homem, tem de 30 e 59 anos, e as motivações mais comuns apontadas para esta condição são conflito familiar, dependência química, saúde mental e problemas financeiros. Ainda segundo o diagnóstico, estima-se que Ribeirão Preto possui cerca de duas mil crianças e adolescentes em trabalho infantojuvenil, como comércio em semáforos e outras práticas.
Queda na procura
Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, o número de pessoas que procuram atendimento na Casa de Passagem, localizada no Jardim Salgado Filho I, Zona Norte da cidade, diminuiu 40% em média, de 100 para 60. No local, além dos serviços como abrigo temporário para pessoas em situação de vulnerabilidade social, são repassadas orientações sobre a crise existente e as ações preventivas para evitar o coronavírus, causador da covid-19.