Buscando se reinventar para manter as contas em dia, a diretoria do comercial está tentando fontes “alternativas” de renda durante a pandemia do novo coronavírus. A última tentativa foi buscar o desbloqueio das cotas pagas pela FPF (Federação Paulista de Futebol) – os valores são penhorados por conta de dívidas trabalhistas que o clube possui. Porém, o pedido não foi aceito.
Segundo Ademir Chiari, presidente do Comercial, a liberação deste dinheiro ajudaria o clube nos próximos meses. Entretanto, o mandatário alvinegro ressaltou que o pedido não foi aceito pela federação.
“Eu até pensei, o Comercial precisava receber duas parcelas que seria de abril e maio da cota do campeonato. Mas como isso fica tudo penhorado, tínhamos até pensado em, de repente, a federação liberar pelo menos esses dois meses para o Comercial, livrar dessa penhora e liberar esse dinheiro para o clube para podermos nos manter esses meses que vai continuar com portões fechados”, afirmou Chiari em entrevista ao programa Wsports News.
“Acredito que seja difícil, o Reinaldo (presidente da Federação Paulista de Futebol) disse que seria impossível até juridicamente e ele não poderia fazer isso”, concluiu Chiari.
Dívidas do Leão do Norte
Segundo Fabio Hersi, presidente do Conselho Deliberativo do Comercial, a dívida do Alvinegro da Joia gira em torno de R$ 20 milhões. Os débitos trabalhistas, que implicam na penhora de valores arrecadados pelo clube, estão na casa dos R$ 7 milhões.
Em entrevista ao site globoesporte.com, Hersi reiterou que as dívidas trabalhistas preocupam e prejudicam mais o andamento das finanças do Comercial. O dirigente também salientou que as penhoras afastam possíveis patrocinadores.
“A dívida fiscal é alta, mas você pode parcelar em vários anos, pode parcelar em 30 anos no Refis (refinanciamento fiscal) e depois consegue fazer certidão negativa de débito. No fiscal não faz pedido de penhora, o processo fica parado. A trabalhista é mais difícil, pois tem juros de 1% ao mês, tem atualizações, o valor aumenta rápido. Nas outras, não. E trabalhista eles penhoram tudo, bloqueiam direto”, disse Hersi.
“Vamos pensar como um empresário. Quero investir no clube, por minha marca, mas aí chega um documento na minha empresa pedindo penhora do valor que eu forneço ao clube, com oficial de justiça na minha porta, fica complicado. A maioria das marcas que nós temos hoje na camisa é de pessoas que trocam serviços com a gente. É permuta. Não é valor em dinheiro”, finalizou.