Um relatório divulgado pela Nikkei Asian Review aponta que a Foxconn, principal “chão de fábrica” e linha de montagem do iPhone, cortou cerca de 50 mil contratos temporários de trabalho desde o mês de outubro de 2018. A medida não é exatamente um choque, haja vista que, devido à demanda do smartphone da Appleser bastante sazonal, a fábrica sustenta muito de sua força de trabalho em funcionários temporários. É um modelo similar, guardadas as devidas escalas, do praticado por lojas de departamento em feriados de alto volume de consumo, como o Natal, por exemplo.
O que é novo, porém, é o timing das demissões: a Nikkei diz que estes cortes estão similares a anteriores em números, porém estão ocorrendo meses antes: “Cerca de 50 mil [funcionários] temporários foram demitidos desde outubro na fábrica da Foxconn em Zhengzhou, na província chinesa de Henan, segundo uma fonte familiar à situação. Normalmente, estes contratos seriam renovados mensalmente de agosto até a segunda quinzena de janeiro, quando a força de trabalho é normalmente reduzida pela desaceleração da produção do iPhone”.
O site ainda revela que outros membros do setor fabril chinês estão seguindo a mesma medida: a Pegatron, outra empresa com linha de montagem dedicada ao iPhone, começou os seus cortes em novembro de 2018.
A justificativa para isso, aponta a Nikkei por meio de sua fonte, é a demanda abaixo do esperado para o icônico flagship da Apple: apenas no território chinês, houve queda de 20% do volume de vendas do smartphone no último ano, ao ponto de a Apple anunciar drásticas reduções de preço em alguns modelos comercializados no país a fim de tentar reverter o quadro negativo. Isso e, claro, uma certa situação judicial envolvendo e favorecendo a Qualcomm também não deve estar facilitando as coisas…
Voltando à Foxconn, a empresa ainda promete cortes de funcionários em áreas administrativas, como back office e cargos de gestão. Tudo isso a fim de economizar custos e manter-se factualmente rentável ao menos neste início de 2019. E a Apple em si anunciou ter planos de “redução de contratações”, o que não é o mesmo que “demissão”, mas ainda assim, há que se atentar.
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Fonte: 9to5Mac, via Nikkei Asian Review