Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Fotoimunoterapia é nova aposta para tratamento de Aids

A Fotoimunoterapia é a nova aposta de combate ao vírus HIV, causador da Aids. A técnica trouxe resultados promissores, segundo pesquisa feita pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), mas ainda precisa de estudos aprofundados em animais e pessoas, uma vez que testes foram feitos apenas em laboratório.

A ideia geral da pesquisa é usar a técnica de forma complementar aos já utilizados medicamentos retrovirais.

O termo fotoimunoterapia é uma combinação das técnicas “fotodinâmica” e “imunoterapia”. A primeira corresponde à administração de uma droga fotossensibilizante (sensível à luz) e sua respectiva ativação por meio da sua exposição a uma luz com comprimento de onda específico.

Já a imunoterapia é o nome dado ao tratamento que tem como principal objetivo potencializar o sistema imunológico de um indivíduo de forma que ele consiga combater infecções e outras doenças – muito utilizada em tratamentos para certos tipos de câncer.

Imagem mostra ampola com etiqueta escrita HIV em um fundo vermelho
Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, estudam a aplicação da técnica de fotoimunoterapia no combate ao vírus HIV. Crédito: Shutterstock

A pesquisa, liderada pelo professor e cientista Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, do Grupo de Óptica do instituto, utiliza anticorpos com fotossensibilizadores que se conectam às células infectadas pelo vírus HIV e também ao vírus circulante – responsável por novas infecções.

Ao serem submetidas a um determinado tipo de luz, as moléculas fotossensibilizadores geram radicais livre em grande quantidade que, por sua vez, matam a célula-alvo e inativam o vírus circulante.

Guimarães explica que a técnica pode ser utilizada em conjunto com drogas retrovirais – os famosos coquetéis – para potencializar o tratamento, uma vez que os medicamentos servem apenas para manter o vírus circulante no sangue zero – o que impede que a doença seja disseminada, mas não a elimina do organismo afetado.

“Quando tomamos essas drogas, basicamente eliminamos o vírus que está circulante no sangue, mas elas atuam muito pouco nas células infectadas, que estão estocadas em algum lugar do nosso organismo”, disse.

Para o estudioso, a técnica é ainda mais promissora quando se analisa a atuação dela nas células do corpo, porque ela atua diretamente no vírus e nas células infectadas, ou seja, não afeta “nenhuma outra parte do corpo senão as células que estão doentes e o vírus”, completa.

Ainda segundo Guimarães, ao fazer a terapia conjunta (entre técnica e medicamentos) pode-se reduzir a dose dos retrovirais – o que é uma vitória para pacientes positivos que precisam se medicar o resto da vida para manter a saúde estável.

Os testes realizados em laboratório foram capazes de inativar o vírus e suas três mutações, que são as mais predominantes na América do Norte, Europa e Brasil.

Via Olhardigital

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