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Foto e pintura

A arte da pintura se manifesta com a sensibilidade visual ou imaginativa que movimenta o lápis ou o pincel, na fixação de um perfil, quem sabe, com as linhas suaves ou fortes dedicadas a um retrato, a uma paisagem, a uma cena, ou a uma flor.

A arte da fotografia tem a sensibilidade do olhar e da descoberta do melhor ângulo, para fixar a paisagem muda, o personagem primitivo de um índio, de uma pessoa, de uma cena do cotidiano, ou de uma flor.

A fotografia não acentua nas cores nem nas linhas.

Mas, a admiração de uma e de outra arte, faz com queaqueles que as admiram, às vezes, se aventurem a dizer que a foto parece uma pintura, ou que a tal pintura parece uma foto.
Ambas com isso celebram o enigma dos que sabem retra­tar o mundo para deixá-lo aos que devem continuar a tentati­va de melhorá-lo.

A arte se é individual, como as palavras, tem função histórico-social, como o sentido histórico-social da formação e significado das palavras. O conhecimento do contexto his­tórico-cultural do ontem favorece descobri-lo nas entranhas artísticas do hoje.

É o que se dá com os retratos da escravidão, nas fotos de Johann Moritz Rugendas, que estão em nossos livros. A crítica de Lilia Moritz Schawrcz (in Dicionário da Escravi­dão) diz que “Se olharmos com cuidado para esses docu­mentos visuais, será possível não apenas notar as hastes de ferro que passam por trás das roupas dos escravizados, para evitar que eles se mexessem e borrassem as imagens, como perceber que as vestimentas e instrumentos são detidamente selecionados pelos fotógrafos. É possível ver mais: o cons­trangimento das pessoas submetidas a tais situações”. Na verdade, ela vai além, porque era preciso ver o publico alvo para aquisição das fotos, em regra escravocrata, e para quem a escravidão era uma dádiva.

Contemporaneamente, a arte celebra o gênio do homem e da mulher. Ela é o que é como sempre.

Na arte da fotografia, por exemplo, desponta André Dib, com sua coleção recolhida por tudo que é belo e verdadeiro no seu país e no mundo. Enquanto na arte da pintura, beleza estética incomum, o traço suave captura a veracidade do objeto olhado ou imaginado, na obra de Patrícia Brandstatter.

Os dois já podem ser admirados pelo mundo, via internet. Eles têm aquele dom de saber olhar e ver, imaginar e cons­truir – cada um – a mensagem sua na sua biografia.

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