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Fogão busca o título da Série C

Foi emocionante o aces­so do Botafogo à Série B do Campeonato Brasileiro, com direito a gol aos 47’ e 20” da segunda etapa e decisão na cobrança de pênaltis (4 a 3). No jogo de ida, o Pantera ha­via perdido por 1 a 0, no Al­meidão, em João Pessoa-PB para o seu xará. O time de Léo Condé precisa da vitória com diferença de dois gols para su­bir de uma vez ou da vitória por um tento para enfrentar o desafio dos pênaltis.

E não deu outra. Prevale­ceu a segunda e mais temida opção. Aí foi a vez do goleiro Tiago Cardoso fazer a dife­rença ao defender a cobran­ça do polêmico meia Mar­cos Aurélio, repetindo o que ocorrera no Almeidão, no domingo anterior, quando o arqueiro foi buscar um pênalti também cobrado pelo jogador adversário.

Para celebrar a conquista, faltava ao Botafogo marcar, na sua quarta cobrança, já que Juninho havia mandato a bola no travessão de Tiago Car­doso, e assim selar a sorte do Pantera. O vice-artilheiro do campeonato, Felipe Augus­to, bateu com categoria, sem chances para Saulo. Por 4 a 3, o Fogão conquistou sua vaga na Série B no ano em que irá completar se centenário, no dia 12 de outubro.

O jogo
O time de Léo Condé en­controu dificuldades para superar o forte esquema de­fensivo montado pelo técnico Evaristo Piza, que formou duas linhas de quatro jogadores à frente da zaga. Mesmo assim, o Botafogo teve inúmeras chan­ces de abrir o marcador, todas perdidas ou anuladas pelo go­leiro do time paraibano. No final do segundo tempo, o za­gueiro Gladstone, que jogou pelo time de Ribeirão Preto o Campeonato Paulista, desviou uma bola com a mão, dentro da área, mas o árbitro nada marcou.

Os mais de 23 mil torcedo­res que foram ao Santa Cruz por várias vezes se irritaram com o time, que precisava ven­cer. Como havia acontecido em João Pessoa, o setor de meio-campo do Fogão não funcio­nou a contento e o time passou quase que 80 minutos explo­rando as jogadas pela ponta-di­reita, onde estava Pimentinha. O atacante criou várias opor­tunidades para seus compa­nheiros, mas acabou cansado sem forças para dar sequência à única opção de jogo do time: as bolas alçadas na área.

Com e entrada de Salino, e de Éverton Santos, isto após Fábio Alves ter sido expulso por receber o segundo cartão amarelo por jogada violenta, a equipe conseguiu criar poucas jogadas pelo meio. E foi por um erro da defesa do time pa­raibano, que apostou tudo em uma retranca bem montada, que veio o gol da salvação no tempo regulamentar e que le­varia a decisão aos pênaltis.

Salino recuperou uma bola na entrada da área e tocou para o artilheiro Caio Dantas, entre os zagueiros, bater forte, no alto e balançar a redes do go­leiro Saulo. Com a vantagem no marcador, o time de Condé ainda tentou buscar o segundo gol, o que não aconteceu.

O Botafogo joga com o Cuiabá-MT em uma das semi­finais da Série C do Brasileiro. O Pantera tenta, agora, uma vaga na grande final. Cam­peão Brasileiro da Série D de 2015, o Tricolor vai em busca de mais um título nacional. Se passar pelo bom time do Mato Grosso – que despachou o Atlético do Acre nesta se­gunda-feira (27), com vitória fora de casa por 1 a 0 (havia vencido o jogo de ida por 2 a 0) – vai enfrentar o vencedor de Bragantino e Operário-PR. Detalhe: os quatro semifina­listas estavam no Grupo B na primeira fase da competição – nenhum do Grupo A, com times do Norte e do Nordeste, conseguiu o acesso à Série B.

Fogão pode manter Condé e vai ter R$ 14 mi em quotas

Ao conquistar o acesso à Série B do Campeonato Brasi­leiro, neste domingo (26) dian­te do Botafogo da Paraíba, por 4 a 3, na cobrança de pênaltis, o Pantera já pode contar com próximo ano sem turbulên­cias financeiras. É o que prevê o presidente do clube, Gerson Engrácia, ao somar os R$ 10 milhões de cotas da Série B, e os R$ 4 milhões da Federação para o Paulistão 2019, num total de 14 milhões reais, o equivalente a 3,5 milhões de dólares. “A quota da B é de seis milhões, mas nos 19 jogos que faremos no Santa Cruz, com patrocínios, direitos de televi­são e arrecadação atingiremos um novo patamar em nossa história”, projetou o dirigente.

Com a Sociedade Anô­nima, o aporte virá de forma indireta, com a exploração da arena multiuso que irá capita­lizar recursos para alavancar ainda mais o poder financeiro do Botafogo. Segundo Engrá­cia, dependo do comporta­mento do time nas semifinais e finais da Série C, a obra será iniciada mais tardar no dia 23 de setembro com conclusão dos 39 camarotes com capaci­dade para 36 ocupantes já para o Paulistão. “Vamos entregar as obras no início do mês de janeiro, algumas semanas an­tes do início do campeonato paulista”, afirmou.

Ele disse que o aporte do grupo investidor na S/A. de R$ 8 milhões, já está sendo feito e será também emprega­do na transformação do Santa Cruz na arena multiuso, desti­nada não somente a atender o torcedor, mas principalmente para atrair o público de Ri­beirão Preto e região para os grandes shows que serão programados. “Nós não tí­nhamos outra fonte de receita até então. que não fossem os patrocinadores e a bilheteria. O projeto é se valer de uma nova fonte para fazer caixa e não apenas para o pagamento do custeio, pois um dia o di­nheiro acaba. Estamos em um novo patamar”, lembrou.

Quem fica
O presidente do Botafogo planeja contar com o técnico Léo Condé em um projeto de longo prazo, que envolve a chegada à Série A. O treinador já recebeu a proposta de per­manecer em Ribeirão Preto, e isso inclui a vinda da família dele, de Juiz de Fora-MG, para cá. De acordo com Gersinho, Condé teria se interessado pela proposta, já que ela agre­ga um novo modelo que não coloca sob os ombros do trei­nador toda responsabilidade pelo desempenho da equipe. “Sempre iremos em busca de mais e melhores resultados, mas tudo isso será fruto de uma nova forma de adminis­trar o futebol”, explicou.

Sobre a permanência de jo­gadores no elenco no Pantera após as semi e finais da Série C, ele mostrou-se reticente a quem fica no clube. Deixou claro que alguns jogadores po­derão ir para outras equipes com o compromisso de voltar para o Paulistão e Série B. Ger­son Engracia não revelou se já há propostas de transferên­cia de atletas, mas um deles, Everton Santos, retornará ao indiano Mumbai City. “Tudo isso será feito com calma, sem atropelos, mas com muito pla­nejamento”, encerrou.

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