A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) deste ano subiu de 3,34% para 3,43%. Há um mês, estava em 3,37%. A estimativa está no boletim Focus desta segunda-feira, 18 de janeiro, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem. O Focus de hoje passou a incluir projeção para o IPCA de 2024, que é de 3,22%.
O cálculo para 2021 está abaixo do piso da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, 5,25%.
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2021 em 3,25% ao ano. Há um mês, estava em 3,00%.
No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,75%, ante 4,50% de um mês antes. Para 2023 e 2024, as estimativas seguiram em 6,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás. Em dezembro, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preparou o terreno para possível elevação dos juros em 2021.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores.
Entre estes fatores estão o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC ajustaram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 3,41% para 3,45%. Há quatro semanas, a estimativa era de alta de 3,46%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento 2,50%, a mesma previsão há 143 semanas consecutivas como já estava quatro semanas atrás.
Em 2023 e 2024, o mercado financeiro também continua projetando expansão do PIB em 2,50%. A projeção para a produção industrial de 2021 passou de alta de 4,78% para avanço de 5,00%. Há um mês, estava em alta de 5,00%. No caso de 2022, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 2,45% para 2,40%, ante 2,43% de quatro semanas antes. A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5, ao final deste ano. Para o fim de 2022, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 4,75.