A quantidade de focos de incêndio na região de Ribeirão Preto disparou neste ano em comparação com 2016 e até com o período anterior. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de queimadas saltou de 2.575 em 2016 inteiro para 3.275 até o início deste mês de setembro, alta de 27,2% e 700 ocorrências a mais.
Em relação a 2015 a situação é ainda mais alarmante. Naquele ano o Inpe constatou 1.433 focos. Em 2017 são 1.842 a mais, alta de 128,5%. A estiagem castiga o nordeste paulista há mais de três meses – a região não registra uma chuva considerável há cerca de 115 dias. A umidade relativa do ar fica abaixo de 20% em determinados horários e a temperatura supera 35ºC, clima de deserto – ontem chegou a 36ºC, a mais alta do ano em Ribeirão preto.
Entre os municípios com maior incidência estão Morro Agudo (65 casos), Barretos (39), Bebedouro e Pitangueiras (36) e Ribeirão Preto (35). Na quarta-feira (13), um incêndio de grande proporção destruiu uma área rural às margens da Rodovia Antônio Machado Sant’Anna (SP-255), entre Ribeirão Preto e Cravinhos. As chamas se espalharam por plantações de cana-de-açúcar e área florestal próximas a uma pedreira, pequena perto do espaço que ficou em cinzas.
A fumaça escura gerada pela combustão invadiu a estrada e prejudicou a visibilidade de motoristas, além de afetar moradores de condomínios próximos. O fogo foi controlado ainda durante a tarde pelo Corpo de Bombeiros com auxílio de caminhões-pipa de usinas da região. Ninguém ficou ferido. Na quinta-feira (14) o fogo consumiu parte de uma área às margens da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (SP-322), no Anel Viário Sul.
Há cerca de dez dias, famílias foram obrigadas a deixar suas casas para fugir de queimada na cidade. Moradores do Complexo Ribeirão Verde, na Zona Leste, tiveram de abandonar as residências para escapar de um incêndio que destruiu 21 hectares de matas. O fogo atingiu área equivalente a 25 campos de futebol. Não houve feridos.
Nesta sexta-feira, 15 de setembro, outro incêndio destruiu parcialmente a Floresta Estadual de Batatais. As chamas surgiram por volta das dez horas e o fogo foi controlado à tarde. Foram mobilizados funcionários do Instituto Florestal (IF), de uma usina de cana e da Prefeitura para a ação de combate. Foram atingidos cerca de dez hectares, em área de reflorestamento de pinus.