O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) emprega em seu gabinete no Senado cinco investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no caso Queiroz. Os assessores do filho do presidente, que atuam no gabinete de Flávio em Brasília e no escritório parlamentar do Rio, estão na relação das 86 pessoas e nove empresas que tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados pela Justiça. Os salários dos servidores somam R$ 86,8 mil por mês.
Flávio mantém empregados Miguel Angelo Braga Grillo, seu chefe de gabinete, Lygia Regina de Oliveira Martam e Fernando Nascimento Pessoa – eles ocupam as vagas de maior remuneração na equipe. Cada um deles recebe salários de R$ 22,9 mil.
O senador também nomeou Alessandra Esteves Marins e Juraci Passos dos Reis em seu escritório de apoio no Rio – senadores têm direito de manter esse tipo de estrutura em seus estados de origem. Os dois recebem R$ 8,9 mil por mês.
Miguel Angelo, Lygia e Pessoa têm papel importante na atuação política do clã Bolsonaro. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, os três são advogados e atuaram – juntamente com Victor Granado Alves, também atingido pelas quebras de sigilo – em ao menos 52 processos no STF (Supremo Tribunal Federal), no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e na Justiça Federal em favor de Flávio, de sua mulher Fernanda, do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Entre essas ações, está a denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por pesca ilegal. Em janeiro de 2012, ele foi flagrado por fiscais do Ibama pescando na área da Estação Ecológica de Tamoios, área de preservação ambiental em Angra dos Reis, costa verde do Rio. Em março, o Ibama apresentou um parecer apontando que o processo prescreveu.
Por meio de nota, o senador negou irregularidades, criticou a imprensa e apontou a existência de uma campanha contra ele para atingir o governo de seu pai. “Repudio que setores da imprensa, continuamente abastecidos por vazamentos ilegais de informações por parte do Ministério Público, insistam em criar polêmicas e atribuir falsas irregularidades onde não há qualquer desvio ou ilegalidade. Movimento que deixa evidente a campanha contra mim para atingir o governo de Jair Bolsonaro”, disse Flávio.