Por Eliana Silva de Souza
Poucos têm a chance de unir paixões na vida, mas é algo possível de ser realizado. Assim o faz o cantor e ator Fiuk, 31 anos. Entre suas várias facetas profissionais, o rapaz volta agora a integrar o time de dubladores, agora da animação Sing 2, que chega aos cinemas no dia 6 de janeiro, mesmo personagem que ganhou sua voz no primeiro filme. Com esse trabalho, ele consegue atuar e cantar, ao fazer a voz do gorila Johnny. Ele estará ao lado de seu pai, Fabio Jr., que também é um dos dubladores, que faz o Big Daddy, além de Sandy interpretando a Meena, a tímida elefanta cantora, Wanessa Camargo como a porco-espinho Ash, uma roqueira cheia de atitude, e Paulo Ricardo como o astro Clay Calloway.
Em entrevista ao Estadão, Fiuk demonstra a alegria em poder dublar novamente uma animação e como será o personagem nessa nova etapa e como há ligação do que faz com sua relação com seu pai. E ainda conta sobre os novos projetos, que incluem música e a nova edição do Drift Meet, evento em que reúne pilotos para manobras na pista.
Fazer dublagem é quase uma brincadeira de criança que gosta de repetir o que o personagem preferido fala? É um desafio?
Nossa…dublar uma animação é algo muito especial e mágico. É também um desafio, pois precisamos encontrar o tom certo para aquela personagem, por isso o primeiro exigiu essa atenção extra nesse sentido, até encontrar um timbre mais agudo, pois minha voz tende a puxar pro grave. Agora para o segundo filme foi tudo mais leve e deu para curtir bastante o momento da dublagem, ainda mais por ser o Johnny, com quem eu me identifico muito.
Em Sing 2, o Johnny estará diferente do primeiro filme?
O Johnny continua sendo coração grande, as vezes é prejulgado por ter um jeitão que pode até parecer ser meio ogro, mas é só se aproximar e ver que ele é todo coração. Neste segundo filme ele encanta a todos e tem uma cena em especial, que não vou dizer qual é ainda (risos), mas que emociona muito, eu mesmo chorei assistindo na pré-estreia enquanto a galera vibrava assistindo. Está irado. Eu acho que nesse filme também a mensagem de acreditar em seus sonhos, contar com os amigos e família, além de lidar com suas fragilidades para fazer delas momentos de vitória são algumas das mensagens especiais que o Johnny traz ainda com mais força dessa vez.
Dublar é unir o lado ator e o de cantor? Precisa de uma preparação especial?
Super. Não é simplesmente colocar a voz em cima da animação, você precisa entender quem é essa personagem, trazer a emoção que ele está sentindo, compreender a história… Só assim é possível mais do que dublar, trazer vida a personagem. Ainda mais numa animação. Precisa ainda encontrar, por exemplo, o tom exato da voz e suas variações com as situações vivenciadas. Quanto estamos em ação tudo caminha junto, mas quando estamos dublando precisamos mergulhar ainda mais nesse entendimento para transmitir pela voz sensações que não estamos vivenciando de forma física com o corpo.
Como você foi escolhido para fazer o Johnny, um gorila? O que te aproximou do personagem?
Eu recebi esse convite da Universal e fiquei muito feliz com o desafio da dublagem de uma animação tão especial. E fiquei ainda mais feliz com o convite para dar continuidade ao Johnny nesse segundo filme. Quando soube da personalidade do Johnny pela primeira vez já me interessei. Achei irado, pois até parece que o Johnny foi feito pensado em mim, afinal, além de cantar, ele parece comigo na maneira de se vestir e até mesmo na forma coração grande que ele tem. Poder dar vida ao Johnny aqui no Brasil é um grande presente que a Universal me deu.
Você gosta de animações? Alguma que tenha te marcado?
Eu amo animações. Mas olha, vou puxar sardinha, pois realmente Sing 2 é hoje a minha animação favorita por tudo que vivenciei nos bastidores, por meu pai dublar também o pai da minha personagem, pela história em si e pela conexão que senti com o Johnny.
O personagem tem uma relação complicada com o pai, mesmo sendo uma animação, você se identificou de alguma forma com ele?
Em Sing 2 fica claro a admiração que há entre pai e filho. Os dois se ajudam quando precisam e estão prontos para somar um ao outro, uma relação de parceria e amor. Eu me identifico com essa relação de parceria e carinho entre pai e filho.
Nos últimos tempos, até um BBB/ Show dos Famosos, você também foi atrás de seus sonhos ou formas de realizá-los, sentiu isso? É algo assim mesmo, você tem essa determinação?
Sim, muito. 2021 em especial vai ser inesquecível, pois eu me permiti desafiar muito e em diferentes aspectos. O BBB talvez tenha sido a experiência mais doida que eu já passei, mas que me permitiu criar uma conexão diferente com o público. É muito bacana isso. Além dessas experiências eu também me desafio na carreira de cantor e ator, e mais do que isso, com uma das minhas paixões, o Drift. Eu gosto muito dessa sensação de acreditar em nossos sonhos e correr atrás para torná-los realidade.
Tem novos projetos vindo por aí?
Sim. Além de Sing 2 no começo de janeiro, tem música nova com videoclipe vindo por aí, feats também, assim como dois filmes novos. Um é o Me Tira da Mira que faço com a Cléo e meu pai e tem estreia confirmada nos cinemas para o dia 24 de fevereiro, e o outro é o filme Tração, onde eu pude unir a paixão de atuar e drifitar. Ainda para 2022 terá mais uma edição do evento Drift Meet que eu organizo com meus amigos, mas essa será uma edição diferente e com surpresas que ainda não posso contar.
Você se cobra muito por resultados positivos em seus trabalhos?
Acho que qualquer pessoa é crítica com seu trabalho, isso faz com que a gente queira sempre melhorar e entregar novidades… Comigo não é diferente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.