A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do insumo farmacêutico ativo (IFA) fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz, necessário para a produção da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca/ Oxford/Fiocruz. Na prática, a decisão faz com que o Brasil tenha pela primeira vez uma vacina 100% nacional, com todas as etapas de produção realizadas no país.
A vacina da Fiocruz/AstraZeneca tem autorização de uso no Brasil desde 17 de janeiro do ano passado – o imunizante recebeu o registro definitivo cerca de dois meses mais tarde. O IFA para a produção, contudo, era importado, uma vez que a Fiocruz aguardava autorização para a produção nacional.
Em maio passado, a Anvisa já havia concedido a Certificação de Boas Práticas de Fabricação à Fiocruz, etapa que garantia que a linha de produção da fundação cumpria todos os requisitos para produzir o IFA nacional. Por causa disso, desde julho a Fiocruz produz o insumo.
Assim, a fundação já possui o equivalente a 21 milhões de doses em IFA nacional, e a previsão é de que as primeiras doses do imunizante sejam envasadas ainda este mês. A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, comentou a decisão da Anvisa.
“É uma grande conquista para a sociedade brasileira ter uma vacina 100% nacional para a covid-19 produzida em Bio-Manguinhos/Fiocruz. A pandemia deixou claro o problema da dependência dos insumos farmacêuticos ativos para a produção de vacinas”, diz.
“Com essa aprovação pela Anvisa, conquistamos uma vacina 100% produzida no país e, dessa forma, garantimos a autossuficiência do nosso Sistema Único de Saúde para essa vacina, que vem salvando vidas e contribuindo para a superação dessa difícil fase histórica do Brasil e do mundo”, completa Nísia Trindade Lima.