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Fiocruz vai iniciar produção de IFA

ERASMO SALOMÃO/MS

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fun­dação Oswaldo Cruz (Bio­-Manguinhos/Fiocruz) rece­beu nesta quarta-feira, 2 de junho, no Rio de Janeiro, um banco de células e outro de vírus para iniciar a produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina contra a covid-19. A fabricação do insumo tornará o país autos­suficiente na produção da va­cina Oxford/AstraZeneca na Fiocruz, substituindo o IFA importado da China.

Ao receber os bancos, a presidente da fundação, Ní­sia Trindade, comemorou a produção do IFA como uma forma de dar autonomia à pro­dução da vacina e fortalecer o complexo econômico e indus­trial da Fiocruz. “Esperamos dar, de uma forma significati­va, mais essa contribuição ao nosso país e apoiar o esforço global de controle dessa pan­demia e de superação desse grave quadro de crise”, diz.

Os bancos de células e vírus são a base para a pro­dução do IFA e chegaram ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro às 8h03, vin­dos dos Estados Unidos. O banco de células foi enviado em nitrogênio líquido, man­tido a uma temperatura de aproximadamente -150ºC, e o banco de vírus em gelo seco, a cerca de -80ºC.

O descongelamento do material será a primeira eta­pa do trabalho, que passará por uma série de passos de produção e controle de qua­lidade que duram cerca de 45 dias. A vacina Oxford/Astra­Zeneca utiliza adenovírus de chimpanzé modificados ge­neticamente para carregar in­formações genéticas do coro­navírus e despertar a resposta imune do corpo humano.

Esses vírus precisam ser multiplicados em biorreato­res, em ambiente controlado, e filtrados para a produção de um concentrado viral puro que é novamente congelado para aguardar a formulação da vacina, quando é diluído em outras substâncias como ter­moestabilizadores capazes de fazer com que a vacina resista em refrigeradores comuns.

Bio-Manguinhos produzi­rá dois lotes de pré-validação e três de validação do IFA, que precisarão ser verificados pela AstraZeneca em um teste de comparabilidade que será feito no exterior. Além disso, a Fiocruz vai abrir um novo processo de submissão con­tínua para alterar o registro da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sani­tária (Anvisa). A agência re­guladora precisa autorizar a mudança no local de fabrica­ção do IFA para que as doses possam começar a ser entre­gues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que está previsto para outubro.

Até o momento, Bio-Man­guinhos já recebeu os certifica­dos de Boas Práticas de Fabri­cação (cBPF) e de condições técnico-operacionais (CTO), que permitem o início da pro­dução, mas não são o suficien­te para autorizar a aplicação das doses na população.

O diretor de Bio-Man­guinhos, Maurício Zuma, estima que a capacidade de produção de IFA na Fiocruz poderá permitir a fabricação de 15 milhões de doses por mês. O instituto vai iniciar a produção em grande escala antes da aprovação da An­visa, para já ter um estoque de doses prontas quando a agência autorizar o uso. O vi­ce-presidente de produção e inovação da Fiocruz, Marco Krieger, ressaltou que o Bra­sil começará a produzir IFA nacional de uma plataforma tecnológica revolucionária.

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