Padre Gilberto Kasper *
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O debate promovido pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e produzido pela TV Aparecida, coordenado pelos padres redentoristas do Santuário Nacional, no dia 20 de setembro passado, pareceu-me finalmente um debate civilizado entre sete candidatos à Presidência da República, que puderam aceitar o convite para evento tão importante. Outros não puderam ou não acharam oportuno aceitar o convite feito pela CNBB a todos os candidatos presidenciáveis.
A parte de algumas “farpas” e críticas de alguns candidatos a partidos adversários, a organização e a condução do debate foi agradável e deleitoso de assistir. Quem assistiu ao debate teve a oportunidade de amadurecer suas convicções e remeter à própria consciência maior clareza a respeito de quem deverá merecer o precioso voto nas eleições do próximo dia 7 de outubro. Particularmente para mim, o debate foi de grande importância para minha escolha. Foi um debate que “desenhou” algumas feições bem definidas de quem são realmente as pessoas que pretendem conduzir os rumos do Brasil!
Como ressaltou o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner ao convidar para assistirmos ao terceiro debate com candidatos à Presidência da República (dessa natureza), o ideal seria ouvir e conhecer melhor também os demais candidatos que comporão o Congresso Nacional, os deputados federais e senadores, bem como candidatos a governadores dos Estados da Federação e deputados estaduais. Mas isso ainda não é possível devido ao advento já muito estreito e próximo às eleições vindouras.
Gostei muito da observação do tempo deferido às respostas elaboradas pelos cardeais, arcebispos e bispos, pelos jornalistas das emissoras católicas e entre os próprios candidatos. Mais do que se utilizarem dos erros partidários do passado, ouvimos propostas e projetos viáveis de serem executados pelos diversos candidatos que buscam ocupar a Presidência da República nos próximos quatro anos, com raras exceções.
O debate foi um dos mais esclarecedores assistidos até o momento. Espero muito que a partir desse debate, os brasileiros renovem o ânimo e a esperança, de que nosso voto poderá fazer a diferença, especialmente resgatando a dignidade humana dos cidadãos. Os candidatos que priorizam a pessoa ao invés do capital e de políticas promíscuas que geraram a tão profunda crise política, econômica e moral em nosso maravilhoso País, devolvem, de certo modo, a credibilidade, a confiança e a esperança de um Brasil mais promissor, justo, solidário e fraterno.
Deveríamos atentar-nos àqueles candidatos capazes de dialogar, sem a ganância de conquistar o poder pelo poder, o prestígio e que fazem da vida pública um meio de vida, mas que protagonizam a promoção da vida digna para todos, sem promessas megalomaníacas, essas que diante mão sabemos, serão impossíveis de cumprir. Precisamos de um governo que dialogue, respeite a pessoa em sua integralidade, que se distancie de “extremismos”, que não se deixe mover pelo ódio, assegure entre os brasileiros a “Ordem e Progresso” inscritos em nossa bandeira, defenda a vida desde a concepção até seu declinar natural e promova a paz verdadeira entre todos!