Não há um fim imediato à vista para a erupção vulcânica que tem causado o caos na ilha espanhola de La Palma desde que começou há cerca de um mês, disse o presidente das Ilhas Canárias, Angel Víctor Torres, no domingo, 17 de outubro.
A ilha registrou 42 movimentos sísmicos este domingo, o maior dos quais mediu 4,3, de acordo com o Instituto Geográfico Nacional Espanhol. “Não há sinais de que o fim da erupção seja iminente”, disse Torres em uma conferência do Partido Socialista, em Valência, citando a avaliação de cientistas.
Rios de lava devastaram mais de 742 hectares de terra e destruíram quase duas mil construções em La Palma desde que o vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção, em 19 de setembro. Cerca de sete mil pessoas foram retiradas de suas casas na ilha, que tem cerca de 83 mil habitantes e faz parte do arquipélago das Ilhas Canárias, no noroeste da África.
Os escoamentos de lava do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, atingiram picos de alta velocidade na semana passada. O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias descreve-os como um “tsunami de lava”. Os sismos também aumentaram, tendo sido registrado um terremoto de 4,5 em La Palma, o maior até agora. Os especialistas temem a abertura de uma nova boca eruptiva.
Segundo o Instituto Geográfico Nacional espanhol (IGN), a atividade sísmica aumentou na sexta-feira (15), quando a ilha já sofreu mais de 20 terremotos, incluindo um de magnitude 4,5, o maior sentido até agora desde que começou a erupção do vulcão, há 26 dias.
Um tremor da mesma magnitude já tinha sido sentido na quinta-feira (14), dia em que foram registrados 60 sismos no total. A lava transbordou do cone principal do vulcão, formando um rio de lava que atingiu picos de grande velocidade, colocando novos bairros em perigo. Em publicação no Twitter, o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias mostra a velocidade do rio de lava, que descreve como “tsunami de lava”.
Os especialistas mostram-se também preocupados com a deformação no terreno nas regiões de Jedey e Las Manchas, situadas mais ao sul do ponto eruptivo atual, que poderá indicar a hipótese de abertura de nova boca eruptiva. As protuberâncias no terreno chegam aos cinco centímetros nessas áreas, o que indica que o magma está a subir e a pressionar as camadas superiores, segundo explica o jornal Levante.
Os responsáveis pelo Plano de Proteção Especial Civil e Pronto Atendimento de Risco Vulcânico (Pevolca) acreditam que ainda é cedo para confirmar se essa pressão no subsolo pode culminar na formação de nova boca eruptiva e de novo vulcão próximo ao Cumbre Vieja. Por enquanto, as autoridades iniciaram a retirada das pessoas que trabalham na área, para evitar situações de risco no caso de uma nova fenda se abrir repentinamente.