pelo terror italiano e pelo período da chamada violência extrema do cinema francês em filmes como ‘A Invasora’, ‘Martyrs’ e ‘Alta Tensão’”.
A ideia de produzir um filme, no caso ‘Mal Nosso’, surgiu quando Galli retornou ao Brasil, dos EUA. “Fiquei obcecado por equipamentos cinematográficos e comecei a estudá-los e adquiri-los. Em 2014, conheci o Tato Siansi e o Victor Molin, da Kauzare Filmes, e nos juntamos para fazer filmes”.
‘Mal Nosso’ foi feito em cinco semanas, em locais da cidade, como cemitérios, Estúdios Kaiser de Cinema, e Atelier Arter. A falta de recursos financeiros foi uma das dificuldades. O filme custou R$ 350 mil. “Como era nosso primeiro trabalho e um filme de terror, seria muito difícil pleitear dinheiro que não fosse nosso, então fizemos sem nenhuma lei de incentivo, nem patrocínio, não que eu seja contra, pelo contrário, sou ‘110%’ a favor. Mas não era uma opção viável para nós naquele momento. Devido às restrições do orçamento, a única forma de competir com filmes 100 vezes maiores era fazer algo diferente em termos de estrutura e etc..
Não teria o porquê fazer uma cópia barata de outros filmes, então assumimos os riscos de fazer algo diferente e que transitasse por várias áreas do horror. Entre alguns truques que usamos foi esconder as cartas durante o filme para mostrá-las no final, jogar logo de cara cenas violentas para o espectador ficar apreensivo e mesclar o mal real, com o sobrenatural. Tudo isso chamou muita atenção lá fora e nos permitiu entrar em vários festivais, que todo filmmaker de gênero sonha, e chegar até aqui”, explica.
Galli comemora a repercussão internacional positiva. O filme participou de dezenas de festivais na Europa e na América Central, sendo considerado, no Macabro Film Festival (México), o melhor filme de Terror da América Latina. Foi sucesso em concorridos festivais como o Marche du film Cannes 2017 (Blood Window) e o Moscow Film Festival (Rússia).
“O sentimento de ser selecionado para festivais históricos e ser elogiado pelos principais veículos da imprensa internacional, como The Hollywood Repórter, Variety, Bloodisgusting e etc é indescritível. A jornada de fazer um filme nesses moldes é marcada por muito sacrifício. E são essas seleções e premiações que dão fôlego para continuar. Acho que seleção para festivais, principalmente para o gênero, é fundamental. Os recentes filmes de terror que passaram em festivais lá fora, abriram os olhos das distribuidoras aqui no Brasil”, salienta.
Nas salas de cinema
Outra comemoração de Galli é o fato do filme estar nas salas de cinema. “O filme é muito pequeno de orçamento e enorme em camadas dramáticas. Só o fato de ter entrado nos cinemas, já é um feito quase impossível. Um filme sem incentivo público, de horror e de Ribeirão. O filme está indo bem em relação ao tamanho da distribuição dele. Mesmo estando em finais de semana de várias estreias e de outros filmes de terror – Maligno e Nós – e blockbusters como Capitã Marvel”, finaliza.